sábado, 31 de dezembro de 2011

REFLEXÃO DA PALAVRA - MARIA, MÃE DE DEUS - ANO B - 01/01/2012

SANTA MÃE DE DEUS – ANO B – 01/01/2012
XLV DIA MUNDIAL DA PAZ

1ª Leitura: Números 6,22-27
Salmo Responsorial: Sl 66/67
2ª Leitura: Gálatas 4,4-7
Evangelho: Lucas 2,16-21

“A PRIMEIRA EDUCAÇÃO CONSISTE EM APRENDER A RECONHECER NO HOMEM A IMAGEM DO CRIADOR” (Papa Bento XVI)¹

Assistindo às retrospectivas, ou seja, ao resumo dos acontecimentos jornalísticos do ano, que os canais de televisão ofertam a seus telespectadores, é possível ter uma ideia de como caminhamos neste ano. Não pelas notícias, que evidenciam as desgraças que ao longo do ano aconteceram, mas pela sede que hoje temos de ver e rever as desgraças ocorridas com os outros; não é sem razão que tais programas são amparados por grande audiência, e vejam, a contar pelas notícias que são apresentadas, na maioria, desgraças, vemos que em nada nos acrescenta de positivo, apenas reforça a desilusão numa vida melhor e nos deixa ainda mais, mergulhados na depressão e na angústia, com o sentimento de que este mundo não tem mesmo jeito, de que nada neste mundo mudará. Isto é uma mentira, e se ainda não é, também não é uma verdade absoluta.
O mistério da encarnação do Verbo Divino, que não se encerra no nascimento de Jesus, mas que possui um caráter transversal na nossa história: criação, caminhada, revelação, anunciação, encarnação, sacrifício, ressurreição, ascensão, santificação, anúncio e salvação, nos revela que os momentos de crise que se apresentam, estes são passageiros, mas a vida se mantém, e se mantém fortalecida quando superadas as crises. Por isso Paulo se refere, na Segunda Leitura sobre a plenitude dos tempos. Plenitude não é o fim dos tempos, é antes o kairós, o tempo oportuno para a revelação da graça que já estava junto à criação, mas esta era então incapaz de enxergá-la; poderíamos substituir o termo plenitude por sinais, isto é, sinais dos tempos que nos revelam a necessidade de aprofundar o relacionamento com Deus, nosso fim, e consequentemente com o próximo, aquele que expressa Deus uma vês que é sua imagem e semelhança.
A partir de toda esta revelação, podemos crer que tudo o que testemunhamos e que não condiz com o plano de Deus para uma vida plena e realizada, pode sim ser transformado, se não por nossas limitadas forças, pelo poder daquele que intervém em nossa história a partir do lamento e do clamor daqueles que mais sofrem. Será que o choro da criança faminta na África, que ecoa por todo o mundo, o sangue na terra, derramado por tantos desmandos e irresponsabilidades, o sofrimento dos pobres, motivado sobretudo pela corrupção dos que se fazem governantes, não sensibilizaria nosso Deus? A plenitude dos tempos já se manifestou, Deus já se revelou e, vivendo o nosso sofrimento nos conheceu e nos ensinou como viver plenamente. A construção do reino de justiça agora depende da missão dos que conheceram a vontade deste Deus, sua Palavra.
Deus agora, se faz presente nas mentes e corações, nos braços e pernas daquele que se deixaram conquistar pela graça, a quem o Espírito Santo tomou em possessão, e Maria é o exemplo para estes que somos nós, pois ela analisava todos os acontecimentos e os assimilava em seu coração (cf. Lc 2,19), mas bem sabemos que Maria transformava aquilo que assimilava em práticas concretas de serviço ao outro; ela, mesmo grávida, seguiu urgente para servir Isabel. O serviço ao outro é fonte de justiça e justiça gera a paz, mas não a justiça encerrada na força da lei, mas aquela justiça fundada em suas “raízes transcendentes” com diz sua santidade o Papa Bento XVI em sua mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz, publicada no último dia 08, para então celebrarmos a passagem para o ano novo, ali o papa lança um apelo para que se eduquem os jovens para a justiça e a paz, não sem antes, fazer uma análise precisa do contexto atual ao qual vive a sociedade moderna e, resgatar a definição do que seria verdadeiramente esta justiça e esta paz.

Coroação da Virgem Maria pela
Santíssima Trindade de Velasquez
fonte: wikipedia

Que Maria, Mãe de Deus e nossa, Senhora da Paz, e por nós constituída rainha pelo dom de servir e pelo “sim” oferecido gratuitamente a Deus, nos ensine a assimilar os sinais dos tempos e transformá-los em atos concretos de solidariedade, amor e fraternidade, neste novo anos que se inicia.


Feliz ano novo a todos e a todas!

Notas

¹ Pp. BENTO XVI. Educar os jovens para a justiça e a paz. Mensagem para a celebração do XLV Dia Mundial da Paz (1 de janeiro de 2012). Vaticano, 08 de dezembro de 2011. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/peace/documents/hf_ben-xvi_mes_20111208_xlv-world-day-peace_po.html - Acesso em 30 dez 2011 às 10h03min.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

MENSAGEM DE ANO NOVO POR BENTO XVI

 MENSAGEM DE SUA SANTIDADE BENTO XVI PARA A CELEBRAÇÃO DO XLV DIA MUNDIAL DA PAZ

1 DE JANEIRO DE 2012


 EDUCAR OS JOVENS PARA A JUSTIÇA E A PAZ


1. O INÍCIO DE UM NOVO ANO, dom de Deus à humanidade, induz-me a desejar a todos, com grande confiança e estima, de modo especial que este tempo, que se abre diante de nós, fique marcado concretamente pela justiça e a paz.
Com qual atitude devemos olhar para o novo ano? No salmo 130, encontramos uma imagem muito bela. O salmista diz que o homem de fé aguarda pelo Senhor « mais do que a sentinela pela aurora » (v. 6), aguarda por Ele com firme esperança, porque sabe que trará luz, misericórdia, salvação. Esta expectativa nasce da experiência do povo eleito, que reconhece ter sido educado por Deus a olhar o mundo na sua verdade sem se deixar abater pelas tribulações. Convido-vos a olhar o ano de 2012 com esta atitude confiante. É verdade que, no ano que termina, cresceu o sentido de frustração por causa da crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia; uma crise cujas raízes são primariamente culturais e antropológicas. Quase parece que um manto de escuridão teria descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia.
Mas, nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista. Esta expectativa mostra-se particularmente viva e visível nos jovens; e é por isso que o meu pensamento se volta para eles, considerando o contributo que podem e devem oferecer à sociedade. Queria, pois, revestir a Mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz duma perspectiva educativa: « Educar os jovens para a justiça e a paz », convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo.
A minha Mensagem dirige-se também aos pais, às famílias, a todas as componentes educativas, formadoras, bem como aos responsáveis nos diversos âmbitos da vida religiosa, social, política, económica, cultural e mediática. Prestar atenção ao mundo juvenil, saber escutá-lo e valorizá-lo para a construção dum futuro de justiça e de paz não é só uma oportunidade mas um dever primário de toda a sociedade.
Trata-se de comunicar aos jovens o apreço pelo valor positivo da vida, suscitando neles o desejo de consumá-la ao serviço do Bem. Esta é uma tarefa, na qual todos nós estamos, pessoalmente, comprometidos.
As preocupações manifestadas por muitos jovens nestes últimos tempos, em várias regiões do mundo, exprimem o desejo de poder olhar para o futuro com fundada esperança. Na hora actual, muitos são os aspectos que os trazem apreensivos: o desejo de receber uma formação que os prepare de maneira mais profunda para enfrentar a realidade, a dificuldade de formar uma família e encontrar um emprego estável, a capacidade efectiva de intervir no mundo da política, da cultura e da economia contribuindo para a construção duma sociedade de rosto mais humano e solidário.
É importante que estes fermentos e o idealismo que encerram encontrem a devida atenção em todas  as componentes da sociedade. A Igreja olha para os jovens com esperança, tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem o bem comum, a possuírem perspectivas abertas sobre o mundo e olhos capazes de ver « coisas novas » (Is 42, 9; 48, 6).
Os responsáveis da educação
2. A educação é a aventura mais fascinante e difícil da vida. Educar – na sua etimologia latina educere – significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo a uma plenitude que faz crescer a pessoa. Este processo alimenta-se do encontro de duas liberdades: a do adulto e a do jovem. Isto exige a responsabilidade do discípulo, que deve estar disponível para se deixar guiar no conhecimento da realidade, e a do educador, que deve estar disposto a dar-se a si mesmo. Mas, para isso, não bastam meros dispensadores de regras e informações; são necessárias testemunhas autênticas, ou seja, testemunhas que saibam ver mais longe do que os outros, porque a sua vida abraça espaços mais amplos. A testemunha é alguém que vive, primeiro, o caminho que propõe.
E quais são os lugares onde amadurece uma verdadeira educação para a paz e a justiça? Antes de mais nada, a família, já que os pais são os primeiros educadores. A família é célula originária da sociedade. « É na família que os filhos aprendem os valores humanos e cristãos que permitem uma convivência construtiva e pacífica. É na família que aprendem a solidariedade entre as gerações, o respeito pelas regras, o perdão e o acolhimento do outro ».[1] Esta é a primeira escola, onde se educa para a justiça e a paz.
Vivemos num mundo em que a família e até a própria vida se vêem constantemente ameaçadas e, não raro, destroçadas. Condições de trabalho frequentemente pouco compatíveis com as responsabilidades familiares, preocupações com o futuro, ritmos frenéticos de vida, emigração à procura dum adequado sustentamento se não mesmo da pura sobrevivência, acabam por tornar difícil a possibilidade de assegurar aos filhos um dos bens mais preciosos: a presença dos pais; uma presença, que permita compartilhar de forma cada vez mais profunda o caminho para se poder transmitir a experiência e as certezas adquiridas com os anos – o que só se torna viável com o tempo passado juntos. Queria aqui dizer aos pais para não desanimarem! Com o exemplo da sua vida, induzam os filhos a colocar a esperança antes de tudo em Deus, o único de quem surgem justiça e paz autênticas.
Quero dirigir-me também aos responsáveis das instituições com tarefas educativas: Velem, com grande sentido de responsabilidade, por que seja respeitada e valorizada em todas as circunstâncias a dignidade de cada pessoa. Tenham a peito que cada jovem possa descobrir a sua própria vocação, acompanhando-o para fazer frutificar os dons que o Senhor lhe concedeu. Assegurem às famílias que os seus filhos não terão um caminho formativo em contraste com a sua consciência e os seus princípios religiosos.
Possa cada ambiente educativo ser lugar de abertura ao transcendente e aos outros; lugar de diálogo, coesão e escuta, onde o jovem se sinta valorizado nas suas capacidades e riquezas interiores e aprenda a apreciar os irmãos. Possa ensinar a saborear a alegria que deriva de viver dia após dia a caridade e a compaixão para com o próximo e de participar activamente na construção duma sociedade mais humana e fraterna.
Dirijo-me, depois, aos responsáveis políticos, pedindo-lhes que ajudem concretamente as famílias e as instituições educativas a exercerem o seu direito-dever de educar. Não deve jamais faltar um adequado apoio à maternidade e à paternidade. Actuem de modo que a ninguém seja negado o acesso à instrução e que as famílias possam escolher livremente as estruturas educativas consideradas mais idóneas para o bem dos seus filhos. Esforcem-se por favorecer a reunificação das famílias que estão separadas devido à necessidade de encontrar meios de subsistência. Proporcionem aos jovens uma imagem transparente da política, como verdadeiro serviço para o bem de todos.
Não posso deixar de fazer apelo ainda ao mundo dos media para que prestem a sua contribuição educativa. Na sociedade actual, os meios de comunicação de massa têm uma função particular: não só informam, mas também formam o espírito dos seus destinatários e, consequentemente, podem concorrer notavelmente para a educação dos jovens. É importante ter presente a ligação estreitíssima que existe entre educação e comunicação: de facto, a educação realiza-se por meio da comunicação, que influi positiva ou negativamente na formação da pessoa.
Também os jovens devem ter a coragem de começar, eles mesmos, a viver aquilo que pedem a quantos os rodeiam. Que tenham a força de fazer um uso bom e consciente da liberdade, pois cabe-lhes em tudo isto uma grande responsabilidade: são responsáveis pela sua própria educação e formação para a justiça e a paz.
Educar para a verdade e a liberdade
3. Santo Agostinho perguntava-se: « Quid enim fortius desiderat anima quam veritatem – que deseja o homem mais intensamente do que a verdade? ».[2] O rosto humano duma sociedade depende muito da contribuição da educação para manter viva esta questão inevitável. De facto, a educação diz respeito à formação integral da pessoa, incluindo a dimensão moral e espiritual do seu ser, tendo em vista o seu fim último e o bem da sociedade a que pertence. Por isso, a fim de educar para a verdade, é preciso antes de mais nada saber que é a pessoa humana, conhecer a sua natureza. Olhando a realidade que o rodeava, o salmista pôs-se a pensar: « Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que Vós criastes: que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes? » (Sal 8, 4-5). Esta é a pergunta fundamental que nos devemos colocar: Que é o homem? O homem é um ser que traz no coração uma sede de infinito, uma sede de verdade – não uma verdade parcial, mas capaz de explicar o sentido da vida –, porque foi criado à imagem e semelhança de Deus. Assim, o facto de reconhecer com gratidão a vida como dom inestimável leva a descobrir a dignidade profunda e a inviolabilidade própria de cada pessoa. Por isso, a primeira educação consiste em aprender a reconhecer no homem a imagem do Criador e, consequentemente, a ter um profundo respeito por cada ser humano e ajudar os outros a realizarem uma vida conforme a esta sublime dignidade. É preciso não esquecer jamais que « o autêntico desenvolvimento do homem diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em todas as suas dimensões »,[3] incluindo a transcendente, e que não se pode sacrificar a pessoa para alcançar um bem particular, seja ele económico ou social, individual ou colectivo.
Só na relação com Deus é que o homem compreende o significado da sua liberdade, sendo tarefa da educação formar para a liberdade autêntica. Esta não é a ausência de vínculos, nem o império do livre arbítrio; não é o absolutismo do eu. Quando o homem se crê um ser absoluto, que não depende de nada nem de ninguém e pode fazer tudo o que lhe apetece, acaba por contradizer a verdade do seu ser e perder a sua liberdade. De facto, o homem é precisamente o contrário: um ser relacional, que vive em relação com os outros e sobretudo com Deus. A liberdade autêntica não pode jamais ser alcançada, afastando-se d’Ele.
A liberdade é um valor precioso, mas delicado: pode ser mal entendida e usada mal. « Hoje um obstáculo particularmente insidioso à acção educativa é constituído pela presença maciça, na nossa sociedade e cultura, daquele relativismo que, nada reconhecendo como definitivo, deixa como última medida somente o próprio eu com os seus desejos e, sob a aparência da liberdade, torna-se para cada pessoa uma prisão, porque separa uns dos outros, reduzindo cada um a permanecer fechado dentro do próprio “eu”. Dentro de um horizonte relativista como este, não é possível, portanto, uma verdadeira educação: sem a luz da verdade, mais cedo ou mais tarde cada pessoa está, de facto, condenada a duvidar da bondade da sua própria vida e das relações que a constituem, da validez do seu compromisso para construir com os outros algo em comum ».[4]
Por conseguinte o homem, para exercer a sua liberdade, deve superar o horizonte relativista e conhecer a verdade sobre si próprio e a verdade acerca do que é bem e do que é mal. No íntimo da consciência, o homem descobre uma lei que não se impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer e cuja voz o chama a amar e fazer o bem e a fugir do mal, a assumir a responsabilidade do bem cumprido e do mal praticado.[5] Por isso o exercício da liberdade está intimamente ligado com a lei moral natural, que tem carácter universal, exprime a dignidade de cada pessoa, coloca a base dos seus direitos e deveres fundamentais e, consequentemente, da convivência justa e pacífica entre as pessoas.
Assim o recto uso da liberdade é um ponto central na promoção da justiça e da paz, que exigem a cada um o respeito por si próprio e pelo outro, mesmo possuindo um modo de ser e viver distante do meu. Desta atitude derivam os elementos sem os quais paz e justiça permanecem palavras desprovidas de conteúdo: a confiança recíproca, a capacidade de encetar um diálogo construtivo, a possibilidade do perdão, que muitas vezes se quereria obter mas sente-se dificuldade em conceder, a caridade mútua, a compaixão para com os mais frágeis, e também a prontidão ao sacrifício.
Educar para a justiça
4. No nosso mundo, onde o valor da pessoa, da sua dignidade e dos seus direitos, não obstante as proclamações de intentos, está seriamente ameaçado pela tendência generalizada de recorrer exclusivamente aos critérios da utilidade, do lucro e do ter, é importante não separar das suas raízes transcendentes o conceito de justiça. De facto, a justiça não é uma simples convenção humana, pois o que é justo determina-se originariamente não pela lei positiva, mas pela identidade profunda do ser humano. É a visão integral do homem que impede de cair numa concepção contratualista da justiça e permite abrir também para ela o horizonte da solidariedade e do amor.[6]
Não podemos ignorar que certas correntes da cultura moderna, apoiadas em princípios económicos racionalistas e individualistas, alienaram das suas raízes transcendentes o conceito de justiça, separando-o da caridade e da solidariedade. Ora « a “cidade do homem” não se move apenas por relações feitas de direitos e de deveres, mas antes e sobretudo por relações de gratuidade, misericórdia e comunhão. A caridade manifesta sempre, mesmo nas relações humanas, o amor de Deus; dá valor teologal e salvífico a todo o empenho de justiça no mundo ».[7]
« Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados » (Mt 5, 6). Serão saciados, porque têm fome e sede de relações justas com Deus, consigo mesmo, com os seus irmãos e irmãs, com a criação inteira.
Educar para a paz
5. « A paz não é só ausência de guerra, nem se limita a assegurar o equilíbrio das forças adversas. A paz não é possível na terra sem a salvaguarda dos bens das pessoas, a livre comunicação entre os seres humanos, o respeito pela dignidade das pessoas e dos povos e a prática assídua da fraternidade ».[8] A paz é fruto da justiça e efeito da caridade. É, antes de mais nada, dom de Deus. Nós, os cristãos, acreditamos que a nossa verdadeira paz é Cristo: n’Ele, na sua Cruz, Deus reconciliou consigo o mundo e destruiu as barreiras que nos separavam uns dos outros (cf. Ef 2, 14-18); n’Ele, há uma única família reconciliada no amor.
A paz, porém, não é apenas dom a ser recebido, mas obra a ser construída. Para sermos verdadeiramente artífices de paz, devemos educar-nos para a compaixão, a solidariedade, a colaboração, a fraternidade, ser activos dentro da comunidade e solícitos em despertar as consciências para as questões nacionais e internacionais e para a importância de procurar adequadas modalidades de redistribuição da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de resolução dos conflitos. « Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus » – diz Jesus no sermão da montanha (Mt 5, 9).
A paz para todos nasce da justiça de cada um, e ninguém pode subtrair-se a este compromisso essencial de promover a justiça segundo as respectivas competências e responsabilidades. De forma particular convido os jovens, que conservam viva a tensão pelos ideais, a procurarem com paciência e tenacidade a justiça e a paz e a cultivarem o gosto pelo que é justo e verdadeiro, mesmo quando isso lhes possa exigir sacrifícios e obrigue a caminhar contracorrente.
Levantar os olhos para Deus
6. Perante o árduo desafio de percorrer os caminhos da justiça e da paz, podemos ser tentados a interrogar-nos como o salmista: « Levanto os olhos para os montes, de onde me virá o auxílio? » (Sal 121, 1).
A todos, particularmente aos jovens, quero bradar: « Não são as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente o voltar-se para o Deus vivo, que é o nosso criador, o garante da nossa liberdade, o garante do que é deveras bom e verdadeiro (…), o voltar-se sem reservas para Deus, que é a medida do que é justo e, ao mesmo tempo, é o amor eterno. E que mais nos poderia salvar senão o amor? ».[9] O amor rejubila com a verdade, é a força que torna capaz de comprometer-se pela verdade, pela justiça, pela paz, porque tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (cf. 1 Cor 13, 1-13).
Queridos jovens, vós sois um dom precioso para a sociedade. Diante das dificuldades, não vos deixeis invadir pelo desânimo nem vos abandoneis a falsas soluções, que frequentemente se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas. Não tenhais medo de vos empenhar, de enfrentar a fadiga e o sacrifício, de optar por caminhos que requerem fidelidade e constância, humildade e dedicação.
Vivei com confiança a vossa juventude e os anseios profundos que sentis de felicidade, verdade, beleza e amor verdadeiro. Vivei intensamente esta fase da vida, tão rica e cheia de entusiasmo.
Sabei que vós mesmos servis de exemplo e estímulo para os adultos, e tanto mais o sereis quanto mais vos esforçardes por superar as injustiças e a corrupção, quanto mais desejardes um futuro melhor e vos comprometerdes a construí-lo. Cientes das vossas potencialidades, nunca vos fecheis em vós próprios, mas trabalhai por um futuro mais luminoso para todos. Nunca vos sintais sozinhos! A Igreja confia em vós, acompanha-vos, encoraja-vos e deseja oferecer-vos o que tem de mais precioso: a possibilidade de levantar os olhos para Deus, de encontrar Jesus Cristo – Ele que é a justiça e a paz.
Oh vós todos, homens e mulheres, que tendes a peito a causa da paz! Esta não é um bem já alcançado mas uma meta, à qual todos e cada um deve aspirar. Olhemos, pois, o futuro com maior esperança, encorajemo-nos mutuamente ao longo do nosso caminho, trabalhemos para dar ao nosso mundo um rosto mais humano e fraterno e sintamo-nos unidos na responsabilidade que temos para com as jovens gerações, presentes e futuras, nomeadamente quanto à sua educação para se tornarem pacíficas e pacificadoras! Apoiado em tal certeza, envio-vos estas refl exões que se fazem apelo: Unamos as nossas forças espirituais, morais e materiais, a fim de « educar os jovens para a justiça e a paz ».
Vaticano, 8 de Dezembro de 2011.

BENEDICTUS PP XVI

Notas
[1] Bento XVI, Discurso aos administradores da Região do Lácio, do Município e da Província de Roma (14 de Janeiro de 2011): L’Osservatore Romano (ed. port. de 22/I/2011), 5.
[2] Comentário ao Evangelho de S. João, 26, 5.
[3] Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate (29 de Junho de 2009), 11: AAS 101 (2009), 648; cf. Paulo VI, Carta enc. Populorum progressio (26 de Março de 1967), 14: AAS 59 (1967), 264.
[5] Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contemporâneo Gaudium et spes, 16.
[6] Cf. Bento XVI, Discurso no Parlamento federal alemão (Berlim, 22 de Setembro de 2011): L’Osservatore Romano (ed. port. de 24/IX/2011), 4-5.
[7] Bento XVI, Carta enc. Caritas in veritate (29 de Junho de 2009), 6: AAS 101 (2009), 644-645.
[9] Bento XVI, Homilia durante a vigília com os jovens (Colónia, 20 de Agosto de 2005): AAS 97 (2005), 885-886.

Fonte: Site da Santa Sé in http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/peace/documents/hf_ben-xvi_mes_20111208_xlv-world-day-peace_po.html - Acesso em 30 dez 2011 às 10h03min.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

FOLHETO DE MISSA - MARIA, MÃE DE DEUS - ANO B - 01/01/2012

FOLHETO DE MISSA

Dia 1º de Janeiro de 2012 – Domingo – Maria, Mãe de Deus

(Branco, Glória, Creio, Prefácio de Maria – Ofício da Solenidade)
 
Anim. Celebramos neste domingo a importância da participação de Maria no projeto de salvação que Deus idealizou a todos os homens, iniciado pelo mistério da encanação de seu Filho. O sim de Maria possibilita a entrada do Verbo na história da humanidade e abre a possibilidade para nós, homens e mulheres, suas criaturas, a participar da natureza santa de Deus na condição de filhos por adoção, e sermos chamados a servi-lo no desenvolvimento da vida.
1. ABERTURA
Nasceu-nos hoje um menino, * e um filho nos foi doado, * grande é este pequenino, * Rei da paz será chamado. * Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia!
1. Cantai, cantai ao Senhor / um canto novo, um louvor! / Por maravilha tão grande... / Por tal vitória e poder.../ Por um amor tão fiel...
2. A salvação resplendeu/ um canto novo, um louvor!/ Justiça apareceu.../ Toda a terra contemplou.../ Com alegria aplaudi...
3. Clarins, violões, tocai/ um canto novo, um louvor!/ Ao rei Senhor aclamai,.../ Cante o mar, o universo.../ Na presença do Senhor...
4. Ao justo juiz que vem/ um canto novo, um louvor!/ Por todo sempre, amém,.../ Glória ao Pai, por seu Filho,.../ A quem no Espírito vem ...
2. SAUDAÇÃO
P. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
T. Amém.
P. O Deus da esperança, que nos cumula de toda alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco.
T. Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
3. ATO PENITENCIAL
P. Irmãos e irmãs, na Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria, reconheçamos tantas culpas que nos afastaram do amor e da justiça e, assim, iniciemos o ano de 2012 com maior esperança de vivermos na prática o que celebramos na Eucaristia.
P. Confessemos os nossos pecados:
T. Confesso a Deus todo-poderoso e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos e a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor.
P. Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
Kyrie
P. Senhor, tende piedade de nós.
T. Senhor, tende piedade de nós.
P. Cristo, tende piedade de nós.
T. Cristo, tende piedade de nós.
P. Senhor, tende piedade de nós.
T. Senhor, tende piedade de nós.
4. GLÓRIA (preferencialmente cantado)
P. Glória a Deus nas alturas, T. e paz na terra aos homens por Ele amados. / Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso. / nós vos louvamos, nós vos bendizemos, / nós vos adoramos, nós vos glorificamos, / nós vos damos graças por vossa imensa glória. / Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, / Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai. / Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. / Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. / Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós. / Só vós sois o Santo, só vós, o Senhor, / só vós o Altíssimo, Jesus Cristo, / com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém.
5. ORAÇÃO
P. Oremos (silêncio): Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria destes à humanidade a salvação eterna, dai-nos contar sempre com a sua intercessão, pois ela nos trouxe o autor da vida. Por N.S.J.C. T. Amém.
Anim. As leituras de hoje ressaltam o valor da bênção que se adquire a partir do louvor. Bênçãos que resulta em vida, testemunhado pelo nascimento do Menino Deus, por meio da maternidade de Maria. Ouçamos.
6. PRIMEIRA LEITURA (Nm 6,22-27)
Leitura do Livro dos Números. - 22O Senhor falou a Moisés, dizendo: 23 “Fala a Aarão e a seus filhos: Ao abençoar os filhos de Israel, dizei-lhes: 24 ‘O Senhor te abençoe e te guarde! 25O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! 26O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz!’ 27Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei”. - Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.
7. SALMO RESPONSORIAL (Sl 66/67)
Tua bênção, Senhor, nos ilumine, * Tua face, Senhor, sobre nós brilhe! * /: Teu poder encerra paz e retidão, * bênçãos e frutos por todo este chão.:/
1. Deus se compadece e de nós, se compraz, * em nós resplandece seu rosto de paz. * Pra que o povo encontre, Senhor, teu caminho * e os povos descubram teu terno carinho!
2. Que todos os povos te louvem, Senhor, * que todos os povos te cantem louvor! * Por tua justiça se alegram as nações, * com ela governas da praia aos sertões.
3. Que todos os povos te louvem, Senhor, * que todos os povos te cantem louvor! * O chão se abre em frutos, * é Deus que abençoa! * E brotem dos cantos do mundo esta loa!
8. SEGUNDA LEITURA (Gal 4,4-7)
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas. - Irmãos: 4Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, 5a fim de resgatar os que eram sujeitos à Lei e para que todos recebêssemos a filiação adotiva. 6E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: Abá - ó Pai! 7Assim já não és escravo, mas filho; e se és filho, és também herdeiro: tudo isso por graça de Deus. - Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.
9. ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO
Aleluia, aleluia. * Aleluia, aleluia.
De muitos modos, Deus outrora * nos falou pelos profetas; * nestes tempos derradeiros * Nos falou pelo seu Filho.
10. EVANGELHO (Lc 2,16-21)
P. O Senhor esteja convosco.
T. Ele está no meio de nós.
P. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
T. Glória a vós, Senhor.
P. Naquele tempo, 16os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. 18E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19Quanto a Maria, guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração. 20Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. 21Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido. - Palavra da Salvação. T. Glória a vós, Senhor.
11. PROFISSÃO DE FÉ
P. Creio em Deus Pai todo-poderoso / T. criador do céu e da terra,/ e em Jesus Cristo seu único Filho, nosso Senhor, / que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; /nasceu da Virgem Maria;/ padeceu sob Pôncio Pilatos, / foi crucificado, morto e sepultado. / Desceu à mansão dos mortos; /ressuscitou ao terceiro dia, / subiu aos céus; / está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, / donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. / Creio no Espírito Santo; / na Santa Igreja Católica; / na comunhão dos santos; / na remissão dos pecados; / na ressurreição da carne; / na vida eterna. Amém.
12. ORAÇÃO DOS FIÉIS
P. Na festa da Maternidade, peçamos a Deus que renove as bênção sobre todos nós, para podermos iniciar o ano novo celebrando o mistério de Cristo e confiando-nos à proteção da Virgem Maria.
T. Mãe querida, interceda junto a Deus por nós.
1. Senhor, iluminai a Igreja ao longo deste ano que se inicia e abençoe todo o povo fiel, o clero e os leigos.
2. Senhor, infundi o vosso Santo Espírito sobre os nossos governantes para que saibam conduzir a sociedade na paz e na justiça ao longo deste ano.
3. Senhor, não desamparai as famílias e conceda a toda juventude sabedoria para se livrarem das armadilhas das drogas e da prostituição.
4. Senhor, abençoai nossas crianças e conceda-lhes um desenvolvimento integral, livrando-as de toda violência.
5. Senhor, dá-nos capacidade evangélica de socorrer os mais fracos e oprimidos de nossa sociedade, também os doentes e os desesperados.
6. Senhor, fazei que nossa comunidade persevere na esperança, na fé e no amor e que tais virtudes tornem-se ações concretas no mundo.
P. Tudo isto, vos pedimos, ó Pai, por Cristo, nosso Senhor. T. Amém.
13. APRESENTAÇÃO DAS OFERENDAS
1. Nas terras do Oriente, * surgiu dos céus uma luz * /: que vem brilhar sobre o mundo, * e para Deus nos conduz:/
Nasceu Jesus Salvador: * Aleluia, aleluia! * É ele o Cristo Senhor; * Aleluia, aleluia!
2. Nasceu-nos hoje um menino, * Um filho que nos foi dado. * /: É grande e tão pequenino, * Deus forte é Ele chamado.:/
3. Cantai com muita alegria, * que grande amor Deus nos tem! * /: Pequeno, pobre, escondido, nasceu por nós em Belém.:/
14. ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS
P. Orai, irmãos e irmãs...
T. Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória do seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja.
P. Ó Deus, que levais à perfeição os vossos dons, concedei aos vossos filhos, na festa da Mãe de Deus, que, alegrando-se com as primícias da vossa graça, possam alcançar a sua plenitude. Por Cristo, nosso Senhor. T. Amém.
15. ORAÇÃO EUCARÍSTICA III (Prefácio da Virgem Maria, I, pg. 445)
P. O Senhor esteja convosco.
T. Ele está no meio de nós.
P. Corações ao alto.
T. O nosso coração está em Deus.
P. Demos graças ao Senhor nosso Deus.
T. É nosso dever e nossa salvação.
P. Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, e, na festa da Maternidade de Maria sempre Virgem mãe de Deus, celebrar os vossos louvores. À sombra do Espírito Santo, ela concebeu o vosso Filho único e, permanecendo virgem, deu ao mundo a luz eterna, Jesus Cristo, Senhor nosso. Por ele, os anjos cantam vossa grandeza, os santos proclamam vossa glória. Concedei-nos também a nós associar-nos a seus louvores, cantando (dizendo) a uma só voz:
T. Santo, Santo, Santo...
P. Na verdade, vós sois santo, ó Deus do universo, e tudo o que criastes proclama o vosso louvor, porque, por Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso, e pela força do Espírito Santo, dais vida e santidade a todas as coisas e não cessais de reunir o vosso povo, para que vos ofereça em toda parte, do nascer ao pôr-do-sol, um sacrifício perfeito.
T. Santificai e reuni o vosso povo!
P. Por isso, nós vos suplicamos: santificai pelo Espírito Santo as oferendas que vos apresentamos para serem consagradas, a fim de que se tornem o Corpo e + o Sangue de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso, que nos mandou celebrar este mistério.
T. Santificai nossa oferenda, ó Senhor!
P. Na noite em que ia ser entregue, ele tomou o pão, deu graças, e o partiu e deu a seus discípulos, dizendo: TOMAI, TODOS, E COMEI: ISTO É O MEU CORPO, QUE SERÁ ENTREGUE POR VÓS. Do mesmo modo, ao fim da ceia, ele tomou o cálice em suas mãos, deu graças novamente, e o deu a seus discípulos, dizendo: TOMAI, TODOS, E BEBEI: ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, O SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA, QUE SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR TODOS PARA REMISSÃO DOS PECADOS. FAZEI ISTO EM MEMÓRIA DE MIM. Eis o mistério da fé!
T. Anunciamos, Senhor, a vossa mor­te e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!
P. Celebrando agora, ó Pai, a memória do vosso Filho, da sua paixão que nos salva, da sua gloriosa ressurreição e da sua ascensão ao céu, e enquanto esperamos a sua nova vinda, nós vos oferecemos em ação de graças este sacrifício de vida e santidade.
T. Recebei, ó Senhor, a nossa oferta!
P. Olhai com bondade a oferenda da vossa Igreja, reconhecei o sacrifício que nos reconcilia convosco e concedei que, alimentando-nos com o Corpo e o Sangue do vosso Filho, sejamos repletos do Espírito Santo e nos tornemos em Cristo um só corpo e um só espírito.
T. Fazei de nós um só corpo e um só espírito!
P. Que ele faça de nós uma oferenda perfeita para alcançarmos a vida eterna com os vossos santos: a Virgem Maria, Mãe de Deus, os vossos Apóstolos e Mártires, N... e todos os santos, que não cessam de interceder por nós na vossa presença.
T. Fazei de nós uma perfeita oferenda!
P. E agora, nós vos suplicamos, ó Pai, que este sacrifício da nossa reconciliação estenda a paz e a salvação ao mundo inteiro. Confirmai na fé e na caridade a vossa Igreja, enquanto caminha neste mundo: o vosso servo o Papa Bento XVI, o nosso bispo (...), com os Bispos do mundo inteiro, o clero e todo o povo que conquistastes.
T. Lembrai-vos, ó Pai, da vossa Igreja!
P. Atendei às preces da vossa família, que está aqui, na vossa presença. Reuni em vós, Pai de misericórdia, todos os vossos filhos e filhas dispersos pelo mundo inteiro.
T. Lembrai-vos, ó Pai, dos vossos filhos!
P. Acolhei com bondade no vosso reino os nossos irmãos e irmãs que partiram desta vida (...) e todos os que morreram na vossa amizade. Unidos a eles, esperamos também nós saciar-nos eternamente da vossa glória, por Cristo, Senhor nosso.
T. A todos saciai com vossa glória!
P. Por ele dais ao mundo todo bem e toda graça. Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória, agora e para sempre.
T. Amém.
16. RITO DA COMUNHÃO
P. Obedientes à palavra do Salvador e formados por seu divino ensinamento, ousamos dizer:
T. Pai nosso...
P. Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador.
T. Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre.
P. Senhor Jesus Cristo, dissestes aos vossos Apóstolos: Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz. Não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja; dai-lhe, segundo o vosso desejo, a paz e a unidade. Vós que sois Deus, com o Pai e o Espírito Santo.
T. Amém.
P. A paz do Senhor esteja sempre convosco.
T. O amor de Cristo nos uniu.
P. Irmãos e irmãs, saudai-vos em Cristo Jesus.
T. Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. / Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. / Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo, dai-nos a paz.
P. Felizes os convidados para a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
T. Senhor, eu não sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo(a).
17. CANTO DE COMUNHÃO
Da cepa brotou a rama, * da rama brotou a flor, * da flor nasceu Maria, * de Maria o Salvador. (bis)
1. O Espírito de Deus sobre Ele pousará, * de saber, de entendimento este Espírito será. * De conselho e fortaleza, de ciência e de temor, * achará sua alegria no temor do seu Senhor.
2. Não será pela ilusão do olhar, do ouvir falar,* que Ele irá julgar os homens, como é praxe acontecer...* Mas os pobres desta terra com justiça julgará * e dos fracos o direito ele é quem defenderá.
3. A palavra de sua boca ferirá o violento * e o sopro de seus lábios matará o avarento. * A justiça é o cinto que circunda sua cintura * e o manto da lealdade é a sua vestidura.
4. Neste dia, neste dia o incrível, verdadeiro, * coisa que nunca se viu, morar lobo com cordeiro...*A comer do mesmo pasto tigre, boi, burro e leão, * por um menino guiados se confraternizarão.
5. Um menino, uma criança com as feras a brincar * e nenhum mal, nenhum dano mais na terra se fará... * Da ciência do Senhor cheio o mundo estará, * como o sol inunda a terra e as águas enchem o mar.
6. Neste dia, neste dia, o Senhor estenderá * Sua mão libertadora, pra seu povo resgatar... * Estandarte para os povos o Senhor levantará. * Ao seu povo, à sua Igreja toda a terra acorrerá.
18. ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO
P. Oremos (silêncio): Ó Deus de bondade, cheios de júbilo, recebemos os sacramentos celestes; concedei que eles nos conduzam à vida eterna, a nós que proclamamos a Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja. Por Cristo, nosso Senhor. T. Amém.
19. SAUDAÇÃO À VIRGEM MARIA, MÃE DE DEUS (AVE-MARIA OU OUTRA ORAÇÃO SIMILAR)
Salve, Rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve!
A vós bradamos os degredados filhos de Eva.
A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre,
Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria.
Rogai por nós santa Mãe de Deus
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
21. BÊNÇÃO E DESPEDIDA
P. O Senhor esteja convosco.
T. Ele está no meio de nós.
P. Que Deus todo-poderoso, fonte e origem de toda bênção, vos conceda a sua graça, derrame sobre vós as suas bênçãos e vos guarde sãos e salvos todos os dias deste ano. T. Amém.
P. Que Ele vos conserve íntegros na fé, pacientes na esperança e perseverantes, até o fim, na caridade. T. Amém.
P. Que Ele disponha em sua paz vossos atos e vossos dias, atenda sempre às vossas preces e vos conduza à vida eterna. T. Amém.
P. Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho + e Espírito Santo. T. Amém.
P. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe. T. Graças a Deus.
22. CANTO FINAL
1. Vinde, cristãos, vinde à porfia, * hinos cantemos de louvor, * hinos de paz e de alegria, * hinos dos anjos do Senhor.
Glória a Deus nas alturas!
2. Foi nesta noite venturosa * do nascimento do Senhor, * que anjos, de voz harmoniosa; * deram a Deus o seu louvor:
3. Vinde juntar-vos aos pastores, * vinde com eles a Belém! * Vinde, correndo pressurosos; * o Salvador, enfim, nos vem!
Leituras da Semana de 2 a 8 de Janeiro de 2012
2ª-: 1Jo 2,22-28; Sl 97 (98),1.2-3ab.3cd-4 (R/. 3a); Jo 1,19-28
3ª- :1Jo 2,29 – 3,6; Sl 97 (98),1.3cd-4.5-6 (R/. 3a); Jo 1,29-34
4ª-: 1Jo 3,7 – 10; Sl 97 (98),1.7-8.9 (R/. 3a); Jo 1,35 -42
5ª-: 1Jo 3,11 – 21; Sl 99 (100),2.3.4-5 (R/.2a); Jo 1,43 – 51
6ª-: 1Jo 5,5 – 13; Sl 147(147B),12-13.14-15.19 – 20 (R/. 12a); Mc 1,7-11 ou Lc 3,23-38
Sáb.-: 1Jo 5,14 – 21; Sl 149,1-2.3-4.5 e 6ª e 9b (R/. 4a); Jo 2,1-11
Epifania do Senhor, Is 60,1-6; Sl 71 (72),1-2.7-8.10-11.12-13 (R/.cf.11); Ef 3,2-3a.5-6; Mt 2,1-12