sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A VERDADEIRA RIQUEZA ESTÁ NO SERVIÇO GRATUÍTO A DEUS, NO OUTRO.

27/02/2011 – 8º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A
(IV Semana do Saltério)


PRIMEIRA LEITURA (Isaías 49, 14-15)
Leitura do livro do profeta Isaías14Disse Sião: “O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-se de mim!” 15Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti. – Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.
SALMO RESPONSORIAL (61/62)
Só em Deus a minha alma tem repouso, / só ele é meu rochedo e salvação. (bis)
1. Só em Deus a minha alma tem repouso, / porque dele é que me vem a salvação! / Só ele é meu rochedo e salvação, / a fortaleza, onde encontro segurança!
2. Até quando atacareis um pobre homem, / todos juntos procurando derrubá-lo, / qual parede que começa a inclinar-se, / ou um muro que está preste a cair?
3. A minha glória e salvação estão em Deus; / o meu refúgio, a rocha firme é o Senhor! / Povo todo, esperai sempre no Senhor / abri diante dele o coração!
SEGUNDA LEITURA : (1Coríntios 4,1-5)
Leitura da primeira carta de Paulo aos Coríntios – Irmãos, 1que todo o mundo nos considere como servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. 2A este respeito, o que se exige dos administradores é que sejam fiéis. 3Quanto a mim, pouco me importa ser julgado por vós ou por algum tribunal humano. Nem eu me julgo a mim mesmo. 4É verdade que a minha consciência não me acusa de nada. Mas não é por isso que eu posso ser considerado justo. 5Quem me julga é o Senhor. Portanto, não queirais julgar antes do tempo. Aguardai que o Senhor venha. Ele iluminará o que estiver escondido nas trevas e manifestará os projetos dos corações. Então, cada um receberá de Deus o louvor que tiver merecido. – Palavra do Senhor.
EVANGELHO (Mateus 6,24-34)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 24Ninguém pode servir a dois senhores: pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. 25Por isso eu vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber; nem com o vosso corpo, com o que havereis de vestir. Afinal, a vida não vale mais do que o alimento, e o corpo, mais do que a roupa? 26Olhai os pássaros dos céus: eles não semeiam, não colhem, nem ajuntam em armazéns. No entanto, vosso Pai que está nos céus os alimenta. Vós não valeis mais do que os pássaros? 27Quem de vós pode prolongar a duração da própria vida, só pelo fato de se preocupar com isso? 28E por que ficais preocupados com a roupa? Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. 29Porém, eu vos digo: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. 30Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé? 31Portanto, não vos preocupeis, dizendo: O que vamos comer? O que vamos beber? Como vamos nos vestir? 32Os pagãos é que procuram essas coisas. Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso. 33Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo. 34Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia, bastam seus próprios problemas”. – Palavra da salvação.
REFLEXÃO DA PALAVRA: A VERDADEIRA RIQUEZA ESTÁ NO SERVIÇO GRATUÍTO A DEUS, NO OUTRO.
Há tempos tenho ouvido os economistas testemunharem que o setor mais promissor da economia é o serviço, ou seja, aquela atividade econômica da qual não se resulta produto tangível, palpável, em contraste com a produção de mercadorias que necessita da utilização de matéria prima, o serviço é o produto da vontade, aliada à inteligência humana; em tese é uma atividade que não tem preço. Poderíamos citar, por exemplo, como prestação de serviços o trabalho do professor, destinado à construção do ser humano para a vida na sociedade.
Na lógica do Evangelho, o amor a Deus e ao próximo é ordenado ao serviço, e este deve estar ajustado à vontade do Criador, e esta vontade exige a gratuidade no servir, tal como revelado no ato da criação, e não à vontade dos homens que facilmente sedem a tentação de mercantilizar toda a vida; para o homem tudo passa a ter um valor de compra e venda; o capitalismo mesmo está fundado na diferença que se resulta destas duas ações, ou seja, o lucro, que nos nossos dias tem se tornado a única motivação para servir ao outro; há que superar esta limitação que impede a manifestação do Reino de Deus e a sua justiça, uma vez que esta é uma preocupação secundária em nossa cultura. O amor a Deus, o qual implica o amor ao próximo, denuncia que “o amor a Deus se torna uma mentira, se o ser humano se fechar ao próximo ou, mesmo, o odiar” (Deus Caritas est, 16)¹.
O cuidado com o outro é a excelência do serviço, fruto do mais puro amor e resultado da contemplação da face de Deus na face do outro; a pessoa que não aprendeu a contemplar a face de Deus na criação não é capaz de cuidar adequadamente do outro, pois concebe o outro não como criatura divina ou semelhante, mas como um adversário e um estorvo, quando não uma fonte de recurso que deve ser explorada ao extremo. Por outro lado, só é capaz de amar o outro a pessoa que ao menos uma vez na vida sentiu-se amada; não se transmite aquilo que nunca se experimentou, aqui se fundamenta o oráculo descrito pelo profeta Isaías: “Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti” (Is 49,15); o sentido está em fazer com que o povo redescubra o amor materno que Deus sente por cada um de seus filhos, portanto, este oráculo escrito há pelo menos 600 anos antes de Cristo reveste-se de uma contemporaneidade ímpar, uma vez que a sociedade atual cada vez mais tem idolatrado “Mamon” o deus do dinheiro e das riquezas ao mesmo tempo em que se banalizam tudo o que de sagrado. 
Mamon de Collin de Plancy²
Ter a consciência do amor de Deus para conosco é imprescindível para discernirmos a qual senhor se deve seguir e servir; se ao Deus da vida o qual, por livre ato de amor nos cria para a felicidade, ou ao deus tirano, ou seja, o capital que quer todas as nossas preocupações e forças para si e nos envolve numa dinâmica de disputa tanto na dimensão interna na pessoa quanto na sua relação interpessoal assim como, numa escravidão motivada mais pelo medo e insegurança de estar no mundo dele desprovido.
“Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24); servir implica uma relação de plena confiança, não é uma obrigação motivada pela força tal como no sistema escravagista, ou pela paga, ou seja, pelo salário, tal como caracterizado na relação capital x trabalho; o servir suplanta qualquer relação mercantil; quem serve, serve porque ama e o faz gratuitamente e isto o realiza completamente. Interessante, que numa relação de confiança, não existe preocupação ou insegurança quanto ao futuro, este está respaldado na providência do Senhor, ao contrário de quem colocou total confiança no dinheiro, este sempre está pré-ocupado com sua possível falta; muito provavelmente não viverá e não deixará o outro viver. Por será que tantas pessoas necessitam trabalhar no domingo, dia do Senhor, quando deveriam dedicar-se à oração e ao serviço?
No entanto, é necessário ponderar que, a exortação que Jesus nos dirige, de forma alguma é um apelo à ociosidade, de tal modo a esperar que se conquistem as coisas deste mundo com o mínimo esforço; vivemos no mundo e estamos inseridos na dinâmica de vida que este mundo mesmo projeta, e o dinheiro faz parte desta dinâmica; a subsistência mesmo da evangelização está dependente da questão financeira, ou seja, é o dinheiro que possibilita a estruturação inclusive da Igreja, guardiã do Evangelho e responsável pela sua difusão no mundo. O que Jesus nos pede é que lutemos primeiramente pelo Reino de Deus e a justiça que dele emana (cf. Mt 6,33).
OREMOS: Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram na paz que desejais, e vossa Igreja vos possa servir, alegre e tranquila. Por nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho na unidade do Espírito Santo. Amém!
O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna. Amém!
BIBLIOGRAFIA:
¹ BENTO XVI, Pp. Deus Caritas est. Carta encíclica aos bispos, presbíteros e diáconos, às pessoas consagradas e a todos os fiéis leigos sobre o amor. 6ª Ed. São Paulo: Paulinas, 2006.
² WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Mamon. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mamon - Acesso em 24 fev. 2011 às 20h50min.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

DIANTE DE DEUS, TODA A INTELIGÊNCIA HUMANA É IMPERFEITA


20/02/2011 – 7º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A
(III Semana do Saltério)


PRIMEIRA LEITURA (Lv 19,1-2.17-18)
Leitura do livro do Levítico1Senhor falou a Moisés, dizendo: 2”Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel, e dize-lhes: ‘Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo. 17Não tenhas no coração ódio contra teu irmão. Repreende o teu próximo, para não te tornares culpado de pecado por causa dele. 18Não procures vingança, nem guardes rancor dos teus compatriotas. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor’”. – Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.
SALMO RESPONSORIAL (103/102)
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, / pois ele é bondoso e compassivo.
1. Bendize, ó minha alma, ao Senhor / e todo o meu ser seu santo nome! / Bendize, ó minha alma, ao Senhor, / não te esqueças de nenhum de seus favores!
2. Pois ele te perdoa toda culpa / e cura toda a tua enfermidade; / da sepultura ele salva a tua vida / e te cerca de carinho e compaixão.
3. O Senhor é indulgente, é favorável, / é paciente, é bondoso e compassivo. / Não nos trata como exigem nossas faltas / nem nos pune em proporção às nossas culpas.
4. Quanto dista o nascente do poente, / tanto afasta para longe nossos crimes. / Como um pai se compadece de seus filhos, / o Senhor tem compaixão dos que o temem.
SEGUNDA LEITURA : (1Cor 3,16-23)
Leitura da primeira carta de Paulo aos Coríntios – Irmãos, 16acaso não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós? 17Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá, pois o santuário de Deus é santo, e vós sois esse santuário. 18Ninguém se iluda: se algum de vós pensa que é sábio nas coisas deste mundo, reconheça sua insensatez, para se tornar sábio de verdade; 19pois a sabedoria deste mundo é insensatez diante de Deus. Com efeito, está escrito: “Aquele que apanha os sábios em sua própria astúcia”, 20e ainda: “O Senhor conhece os pensamentos dos sábios; sabe que são vãos”. 21Portanto, que ninguém ponha a sua glória em homem algum. Com efeito, tudo vos pertence: 22Paulo, Apolo, Cefas, o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro; tudo é vosso, 23mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus. – Palavra do Senhor. T. Graças a Deus.
EVANGELHO (Mt 5,38-48)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 38”Vós ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ 39Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também à esquerda! 40Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! 41Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! 42Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado. 43Vós ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ 44Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! 45Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos. 46Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? 47E se saudais somente os vossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? 48Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito”. – Palavra da salvação.
REFLEXÃO DA PALAVRA: DIANTE DE DEUS, TODA A INTELIGÊNCIA HUMANA É IMPERFEITA.
Quanto maior é esforço do homem na busca do conhecimento, maior a sensação de que ainda é ignorante diante dos desafios que se apresentam, e tanto maior se torna a sede do conhecimento para solucionar os problemas existenciais do dia a dia. A ciência, por si só, não consegue satisfazer a ânsia humana pela perfeição, pois ela em si não é perfeita, antes de tudo é necessário que seja complementada com o sentido da transcendência, inerente ao ser humano. Transcendência refere-se à relação espiritual com Deus, o criador supremo, algo que supera a razão humana, ultrapassa o sentido possível e a capacidade do conhecimento racional, possibilitando levar o ser humano, criatura, a ter uma espiritualidade encarnada.
Tal espiritualidade não é adquirida por meio de estudos científicos, mas pela abertura do coração aos mistérios de Deus, e esta abertura é dada pela fé presente no íntimo de cada um de nós; e esta fé, às vezes incubada, latente, é despertada pelo querígma, ou seja, o primeiro anúncio, o qual, em condições normais, seria o testemunho de fé dado pelos pais aos filhos, desde o momento em que vêm ao mundo e se inserem no seio familiar; uma família bem estruturada na fé é essencial, na construção de pessoas sadias e equilibradas, capazes de amar e servir ao próximo, condição tão importante para a construção de uma sociedade justa e fraterna.
O ato de amar o próximo, como exige a Lei, tem seu protótipo no amor a si mesmo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18); ninguém quer o mal contra si, por isso mesmo não deveria macular contra a vida do outro, já, o exemplo primeiro de santidade é o próprio Deus: “Sede santos, por que eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2); não há como falar de santidade para quem não possui fé, ou seja, para quem, preso à materialidade e à ciência, não transcende de si, pois não é capaz de conhecer a Deus e contemplar sua face no outro, este sempre estará fechado no seu eu. É neste sentido que a inteligência humana diante de Deus é inócua, sem efeito, pois não leva o homem a se realizar plenamente; em Deus, vida eterna e felicidade plena se confundem e, dissociado de Deus, o homem não pode ser plenamente feliz e não pode corroborar com sua ação criadora de forma mais efetiva. Assim como a morte é oposta à vida, a sabedoria temporal (deste tempo) é oposta à sabedoria divina: “A sabedoria deste mundo é insensatez diante de Deus” (1 Cor 3,19); insensato é aquele que não tem senso ou razão, reconhecer esta limitação, seria sinal de autêntica sabedoria, no entanto o conhecimento facilmente ensoberbece o coração do homem que não possui uma espiritualidade aprofundada, ou seja, quem não transcendeu de si mesmo. Louvar a Deus nada mais é do que reconhecê-lo soberano, provedor de toda a nossa existência, inclusive da ciência.
Em Jesus, santidade é sinônimo de perfeição, não em sentido absoluto do cabal, rigoroso, mas no sentido semântico da palavra: “per+feição”, ou seja, um movimento de proximidade em direção a um padrão de santidade que é o próprio Deus: “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48); e quem pode negar a perfeição divina se não aquele que tem a ciência e o homem como único e verdadeiro Deus? A santidade é, portanto, um processo de conversão contínua que leva o fiel a uma assimilação a Deus construída ao longo da vida, por meio da oração; aliás, este é o objetivo da comunhão, tornar-se comum-união com e em Deus.
OREMOS: Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho na unidade do Espírito Santo. Amém!
O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna. Amém!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

13/02/2011 – 6º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A


13/02/2011 – 6º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A
(II Semana do Saltério)


1ª Leitura: Eclesiástico 15,16-20
Leitura do livro do Eclesiástico16Se quiseres observar os mandamentos, eles te guardarão; se confias em Deus, tu também viverás.17Diante de ti ele colocou o fogo e a água; para o que quiseres, tu podes estender  a mão.18Diante do homem estão a vida e a morte, o bem e o mal; ele receberá aquilo que preferir.19A sabedoria do Senhor é imensa, ele é forte e poderoso e tudo vê continuamente.20Os olhos do Senhor estão voltados para os que o temem. Ele conhece todas as obras do homem. 21Não mandou a ninguém agir como ímpio e a ninguém deu licença de pecar.Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 118/119
Feliz o homem sem pecado em seu caminho,/ que na lei do Senhor Deus vai progredindo!
1. Feliz o homem sem pecado em seu caminho/ que na lei do Senhor Deus vai progredindo!/ Feliz o homem que observa seus preceitos/ e de todo coração procura a Deus!
2. Os vossos mandamentos vós nos destes,/ para serem fielmente observados./ Oxalá, seja bem firme a minha vida/ em cumprir vossa vontade e vossa lei!
3. Sede bom com vosso servo e viverei/ e guardarei vossa palavra, ó Senhor./ Abri meus olhos e então contemplarei/ as maravilhas que encerra a vossa lei.
4. Ensinai-me a viver vossos preceitos;/ quero guardá-los fielmente até o fim!/ Dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei/ e de todo coração a guardarei.
2ª Leitura: 1Coríntios 2,6-10
Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios – Irmãos: 6Entre os perfeitos nós falamos de sabedoria, não da sabedoria deste mundo nem da sabedoria dos poderosos deste mundo, que, afinal, estão votados à destruição. 7Falamos, sim, da misteriosa sabedoria de Deus, sabedoria escondida, que desde a eternidade Deus destinou para nossa glória. 8Nenhum dos poderosos deste mundo conheceu essa sabedoria. Pois, se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória. 9Mas, como está escrito, “o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram nem coração algum jamais pressentiu”. 10A nós Deus revelou esse mistério através do Espírito. Pois o Espírito esquadrinha tudo, mesmo as profundezas de Deus.  Palavra do Senhor.
Evangelho: Mateus 5,17-37
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo MateusNaquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 17”Não penseis que vim abolir a lei e os profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. 18Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da lei, sem que tudo se cumpra. 19Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar será considerado grande no reino dos céus. 20Porque eu vos digo: Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. 21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno. 23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e aí te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta aí diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta. 25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: daí não sairás, enquanto não pagares o último centavo. 27Ouvistes o que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. 28Eu, porém, vos digo: Todo aquele que olhar para uma mulher, com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. 29Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e joga-o para longe de ti! De fato, é melhor perder um de teus membros, do que todo o teu corpo ser jogado no inferno. 30Se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e joga-a para longe de ti! De fato, é melhor perder um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno. 31Foi dito também: ‘Quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe uma certidão de divórcio’. 32Eu, porém, vos digo: Todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por motivo de união irregular, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada comete adultério. 33Vós ouvistes também o que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás falso’, mas ‘cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor’. 34Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; 35nem pela terra, porque é o suporte onde apóia os seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. 36Não jures tão pouco pela tua cabeça, porque tu não podes tornar branco ou preto um só fio de cabelo. 37Seja o vosso ‘sim’: ‘Sim’, e o vosso ‘não’: ‘Não’. Tudo o que for além disso vem do maligno. Palavra da Salvação.
REFLEXÃO DA PALAVRA: SE A NOSSA JUSTIÇA NÃO SUPERAR A LEI, NÃO ENTRAREMOS NO REINO DOS CÉUS.
Estamos diante de um drama existencial para toda a raça humana, drama este que diz respeito à sua subsistência na face da terra, e se não também, de todo o cosmo e a diversidade que o compõe; ou a humanidade efetivamente se converte para prática da justiça, da solidariedade, do cuidado caridoso e gratuito para com seu semelhante e toda a criação, que com ele coabita o universo, ou estaremos todos fadados à destruição e a falência completa da inteligência que Deus mesmo concedeu ao ser humano.
A primeira leitura, retirada do livro sapiencial de Eclesiástico, nos apresenta uma realidade dualista colocada diante do livre-arbítrio, parte constituinte da razão; ao homem é dado o poder de escolha entre a vida ou a morte como base fundamental de sua existência no mundo e assim, assumir todas as consequências de sua própria escolha.
Em Jesus Cristo, Deus completa sua obra redentora e nos deixa livre para abraçar a salvação ou a condenação, ou seja, conquistar a felicidade plena de todos já aqui na terra, ainda uma utopia distante, ou o sofrimento e a tristeza, tal como vivemos nos dias atuais. Diferentemente da atual argumentação cultural, fundada no sincretismo de idéias antagônicas, a qual tenta nos convencer de que, nem o céu nem o inferno são objetos de interesse do homem, mas sim o meio termo, o equilíbrio e a convivência das duas realidades sobrepostas, a Palavra de Deus vem justamente contrapor esta filosofia; na afirmação do apóstolo Paulo, de que esta sabedoria humana, sobretudo a dos poderosos “votados à destruição” (1 Cor 2,6) que é quem de fato as difunde e defende através dos meios de comunicação de massa, das instituições formadoras de opinião: escolas, faculdades, sindicatos, partidos políticos, e as do poder instituído; esta sabedoria humana, não é capaz de estar a serviço da construção do Reino de Deus, nem na nossa atual realidade, muito menos na eternidade, porque esta sabedoria não é eterna e se não é eterna é corrupta.
Neste contexto, a Lei tem um fim didático, de orientar as ações do homem de modo a tornar possível uma convivência um tanto mais harmoniosa na realidade terrena, embora a Lei por si só não garanta a salvação, pois a salvação está atrelada ao amor interpessoal e pleno, aquele mesmo que reconhece e luta pela dignidade e a valorização de cada semelhante e da biodiversidade cósmica, como fundamento do ser existente; Por outro lado, a Lei considerada ao pé da letra, nos revela a nossa deficiência e muitas vezes, reforça os instrumentos repressores da sociedade injusta e corrupta; o refrão do salmo por sua vez, nos lembra o poder que a Lei pode ter, se ordenada a Deus: “feliz o homem que observa seus preceitos e de todo o coração procura a Deus!”; não basta cumprir integralmente a Lei, o amor exige algo a mais, que a sabedoria puramente humana jamais poderá compreender: “o que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram nem coração algum jamais pressentiu” (1 Cor 2,9).
O pecado da humanidade não está na Lei em si, mas na prática injusta que exige a Lei como intermediação de convivência; se o amor fosse uma realidade entre os seres humanos, a Lei seria irrelevante, pois a prática não a exigiria; se houvesse amor e consideração ao semelhante no trânsito, por exemplo, a Lei não se fundamentaria e não se abriria brecha para a corrupção, ou seja, não haveria transgressão, consequentemente, não haveria a penalidade. No contexto em que vivemos, a Lei se tornou essencial, a ponto de Jesus preservá-la e exigir de seu discípulo, o pleno cumprimento; o cristão é então, revestido de uma responsabilidade extraordinária, que está fora do normal, a de cumprir e fazer cumprir a Lei na sua integridade e com isto dar testemunho concreto de sua fé, sob risco de não conquistar a plena felicidade (cf. Mt 5,17-19). Obviamente, isto faz parte da escolha individual do ser humano, de querer a vida ou a morte, conforme preferir; para obter a vida, nossa justiça, seja individual, seja social, deve superar a justiça prescrita pela Lei; “Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5,20); para Deus a dimensão individual está atrelada à dimensão social e nesta conjunção, o pecado individual produz efeito na sociedade e vise-versa, como numa via de mão dupla.
Ainda nesta dinâmica, a alusão à oferta após a reconciliação (cf. Mt 5,23-26) reforça o sentido da Lei e do amor; enquanto a oferta pressupõe a lei, pois é um preceito que se realiza para alcançar a salvação, a reconciliação ou o perdão é um ato livre de amor ao próximo; sem este na sua perfeita ordem, aquele não terá efeito algum; a dívida com relação ao perdão negado é tamanha a porto de ser humanamente impossível quitá-la. A chave então para adentrar ao Reino de Deus, ou seja, para conquistar a vida em plenitude está no coração, no sentimento do ser humano e não na razão; a razão atesta que o pecado se consuma no ato, é assim que os tribunais humanos julgam e as autoridades policiais agem quando é consumado um crime, uma transgressão da Lei; basta uma ligação para a central de polícia e teremos a confirmação que só haverá ação se o crime de fato fora realizado; ao contrário, Jesus alerta para a prática da injustiça já na sua concepção, ou seja, no pensamento, o qual está antes da ação; a superação desta dura realidade está na coerência do pensamento humano com a ação praticada, este pensamento deve ordenar a ação, não para o mal que representa a morte, mas para o bem, que ao contrário, representa a vida: Seja o vosso ‘sim’: ‘Sim’, e o vosso ‘não’: ‘Não’” (Mt 5,37).
OREMOS: Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho na unidade do Espírito Santo.
O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.
Amém!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

06/02/2011 - O CRISTÃO É CHAMADO A TEMPERAR E ILUMINAR ESTE MUNDO.


5º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A
(I Semana do Saltério)


1ª Leitura: Isaías 58, 7-10
Leitura do livro do profeta Isaías – Assim diz o Senhor, 7reparte o pão com o faminto, acolhe em casa os pobres e peregrinos. Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne. 8Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. 9Então invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: “Eis-me aqui”. Se destruíres teus instrumentos de opressão, e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; 10se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo o socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 112/111
Uma luz brilha nas trevas para o justo, / permanece para sempre o bem que fez.
1. Ele é correto, generoso e compassivo, /como luz brilha nas trevas para os justos.Feliz o homem caridoso e prestativo, /que resolve seus negócios com justiça.
2. Porque jamais vacilará o homem justo, /sua lembrança permanece eternamente. /Ele não teme receber notícias más: /confiando em Deus, seu coração está seguro.
3. Seu coração está tranqüilo e nada teme, /ele reparte com os pobres os seus bens; /permanece para sempre o bem que fez /e crescerão a sua glória e seu poder.
2ª Leitura: 1Coríntios 2,1-5
Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios1Irmãos, quando fui à vossa cidade anunciar-vos o mistério de Deus, não recorri a uma linguagem elevada ou ao prestígio da sabedoria humana. 2Pois, entre vós, não julguei saber coisa alguma, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. 3Aliás, eu estive junto de vós, com fraqueza e receio, e muito tremor. 4Também a minha palavra e a minha pregação não tinham nada dos discursos persuasivos da sabedoria, mas eram uma demonstração do poder do Espírito, 5para que a vossa fé se baseasse no poder de Deus, e não na sabedoria dos homens. Palavra do Senhor.
Evangelho: Mateus 5,13-16
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo MateusNaquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 13“Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que salgaremos? Ele não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. 14Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. 15Ninguém acende uma lâmpada, e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim, num candeeiro, onde brilha para todos que estão na casa. 16Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus”. Palavra da Salvação.
REFLEXÃO DA PALAVRA: O CRISTÃO É CHAMADO A TEMPERAR E ILUMINAR ESTE MUNDO.
O discurso das Bem-aventuranças é coroado agora, com a missão a qual, o autêntico seguidor de Cristo está sujeito: a caridade gratuita em favor do outro.
Em Jesus, o outro tem uma fundamental importância, sobretudo se está classificado entre os bem-aventurados: os pobres em espírito; os aflitos; os mansos; os que têm fome e sede de justiça; os misericordiosos; os puros de coração; os que promovem a paz; os que são perseguidos por causa da justiça; a estes a quem Jesus predestina ao Reino de Deus; também o discípulo missionário que, agindo em nome de Jesus, é caluniado e perseguido, classifica-se como Bem-aventurado e juntamente com os primeiros, têm a predileção dos Filhos de Deus (cf. Mt 5,1-12).
Desta forma, é no outro que está fundada a possibilidade da salvação do cristão; esta salvação não está mais arraigada no rito, no culto, mas na caridade gratuita e despretensiosa, ordenada a promover a vida dos que estão mais fragilizados na sociedade, os mais pobres, os quais, impedidos de serem plenamente felizes na vida terrena, desprovidos de sua dignidade de pessoa, são considerados como nada em nossas cidades, muitos dos quais, tratados com desprezo pelas autoridades são expulsos dos centros urbanos, simplesmente por que incomodam e transmitem aos cidadãos dignos uma sensação de insegurança.

A cidade que não valoriza as pessoas, sobretudo “os que mais precisam” (parte do lema da Administração Municipal de Campinas/SP, gestão 2004-2008; 2008-2012); a cidade que não “reparte o pão com o faminto” e não “acolhe [...] os pobres e peregrinos” (Is 58, 7); a cidade que, em não conformidade com a Escritura, nega-se a vestir os nus, e ao contrário, despreza seus corpos, não será nunca uma cidade abençoada com a vida, a qual, Deus mesmo é o provedor; sem a graça de Deus, esta será uma cidade des-graçada, mergulhada na dor e nas trevas, onde a morte é quem reinará e seus cidadãos, adoentados, não conseguirão ser felizes, pois segundo a promessa do Senhor, somente a sociedade que destruir seus instrumentos de opressão e renunciar as práticas autoritárias e ao discurso enganador (cf. Is 58,9) é que verá a glória de Deus pairar sobre si, restaurando inclusive a saúde de seus cidadãos.
A demanda, cada vez mais crescente de pacientes nos hospitais, insuficientes na prestação dos seus serviços, seja quantitativa ou qualitativamente, a não menos crescente quantidade de óbitos que se tem registrado, decorrentes do índice de violência, na grande maioria, jovens, principalmente nos grandes centros urbanos, nos tem revelado uma sociedade doente, sobretudo porque não sabe acolher seus pobres; não é pra menos, uma sociedade que constantemente refuta a Deus, tornando-se cada vez mais racional e atéia, ainda que alegue o laicismo como um fundamento político, de certa forma torna-se uma sociedade dissociada de um valor absoluto calcado no sagrado; neste contexto, o ser humano está relegado a ser indivíduo e não pessoa; não se olha mais o outro como imagem e semelhança de Deus, porque Deus não é mais referência.
Paulo se opõe a este paradigma fundado na razão como forma de persuasão ao Evangelho; seu discurso, em nada se pauta no conhecimento e na retórica, ou seja, na arte de falar; transmite o que é incompreensível à racionalidade humana, e o faz repleto de insegurança (cf. 1 Cor 2,3), porque na realidade, quem age é o “poder do Espírito Santo” (v.4), através mesmo das fraquezas e limitações do apóstolo. Deus se manifesta não nos orgulhosos, revestidos de autoridade humana, mas nos humildes que às vezes nem falar sabe; nestes últimos é que Deus fala.
No entanto, a sociedade não tem vida própria, embora esteja em contínuo movimento de evolução, são os cidadãos que a movimentam; esta é a grande missão do cristão que, estando na sociedade, convictos e consciente de sua fé e da vontade de Deus, podem ocupar os espaços na sociedade testemunhando vivamente aquilo que assimilaram durante a vivência desta fé. O cristão católico não pode de forma alguma compactuar com as práticas injustas e que destroem a vida, antes deve denunciá-las, participando efetivamente nos diversos fóruns de decisões da sociedade, sempre pautado na ética cristã; se não for para este propósito, o cristão para nada servirá, será como sal insosso, e como tal deve ser jogado fora (cf. Mt 5,13b).
Ao brilhar a luz no Cristão, colocado em evidência na sociedade, este deve estar consciente de que não é uma luz própria que brilha em si, mas, o reflexo da luz maior que é Cristo mesmo que reflete neste corpo; tal como a lua que ilumina a noite refletindo, no entanto, a luz do sol.