sábado, 16 de abril de 2016

A SENZALA MANDOU AVISAR!

A senzala mandou avisar: De tudo o que é de ruim, que está acontecendo, podemos ainda abstrair coisas boas. Uma delas é que a máscara que encobre o pré-conceito aos poucos vai caindo, deixando manifestar o que de fato somos e o que pensamos sobre os que pensam e agem diferente. A intolerância racial, de gênero, de religião, de posição política e ideológica, ao imigrante (xenofobia), também a intolerância utilitária - aquela que valoriza apenas quem tem carteira assinada, e despreza o aposentado, a criança, a dona de casa, o professor, o religioso, o artista, o desempregado -, a cada dia que passa vai se manifestando mais real e mais latente, nas mentes, nas palavras, e quem sabe, nas ações antes, escamoteadas, diante da luz do dia, que tudo revela, realizadas sem nenhum constrangimento na escuridão da noite, agora, abertamente manifestas à luz do dia mesmo. Quem não pensa e não age como eu, este deve morrer (já vai tarde!), tal como aprendido nos programas de "reality show" como os BBBs, as Fazendas, os The Voices, os Masterchefs da vida que encantam e ensinam aos telespectadores a eliminar o mais fraco e premiar o mais forte; a vida imita a arte, mesmo que esta arte seja esdrúxula, mesquinha, tosca; em suma, quem não nos serve deve ser eliminado: o pai ou a mãe velhos ou doentes, o irmão deficiente, o vizinho desempregado, o jovem desiludido, o pobre que vaga nas sarjetas e atrapalha nosso caminhar na calçada, o negro que não teve oportunidades, a mulher que não foi compreendida e amada... todos devem ser eliminados; postos fora da casa, e ainda prevalece minha máscara de tolerante, o discurso do pseudo-respeito ao outro. Mas tudo isto não passará (em vão)!




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