quarta-feira, 17 de novembro de 2010

AREÓPAGO: LUGAR DE ENCONTRO ENTRE A FÉ E A RAZÃO.

Na segunda fase que seguiu ao surgimento do Cristianismo, entre os anos 43 a 65 D.C. (depois de Cristo), a fase denominada apostólica, marcada, sobretudo, pela difusão do Evangelho por aqueles designados como testemunhas oculares da história da salvação, em especial, a primeira e segunda geração dos discípulos de Cristo, e consequentemente, da formação das primeiras comunidades cristãs, dado a partir do Concílio de Jerusalém (outono/51), o primeiro da história da Igreja, descrito no capítulo 15 de Atos dos Apóstolos, e que marca de forma sistemática a evangelização dos povos gentios, os de origem pagã, colocada sob responsabilidade do Apóstolo Paulo, que continuando sua missão evangelizadora, é levado a Atenas da Grécia, berço da do pensamento filosófico. Ali, é convidado, após ouvi-lo pregar na única sinagoga, a expressar suas idéias no “Areópago”, palavra deriva do grego: “ρειος πάγος“, tradução fonética: “Áreios Pagos”, um conselho de magistrados, antigo tribunal ateniense, que se reunia em uma colina do mesmo nome, instituído segundo a crença, pela deusa Atena, protetora da cidade, e por ela, consagrada a Marte. O Areópago era composto por sábios, magistrados, literatos, homens ilustres, membros da aristocracia ateniense, responsáveis pelos diversos aspectos do governo da cidade, inclusive, a condução das forças militares.

Paulo em Atenas
Segundo o relato bíblico o povo ateniense não se ocupava de outra coisa senão a de falar e ouvir as novidades, os pensamentos, e para isso se reuniam em praças públicas; o Areópago, além ser um tribunal em que se julgavam os delitos mais pesados como o assassinato premeditado, prescrevendo aos condenados a devida pena, e também uma instância de decisão do governo ateniense, pelo que parece , tornou-se também um fórum de debates aberto a novas filosofias e crenças, segundo o costume da população.

Julgamento de Sócrates (470-399 a.C.) no Areópago
Neste ambiente, Paulo argumenta sua fé num Deus monoteísta, único e soberano, apegando-se a uma pequena inscrição, em meio à diversidade de deuses: “A um Deus desconhecido” (At 17,23). Segundo Paulo este mesmo Deus, criador do céu de da terra, e que habita não em templos feitos por mãos humanas, mas em seu próprio ser. Este Deus que por amor ao homem envia seu próprio Filho para resgatá-lo do pecado e da morte, exige simplesmente a conversão e o arrependimento, e dá como garantia a ressurreição a todos os que seguirem o Cristo.


Pregação de Paulo aos Atenienses
A Idéia da ressurreição remete ao fracasso da missão de Paulo, que interrompido em seu discurso se afasta; interessante ser esta, a primeira vez que Paulo não é agredido por causa de suas palavras, apenas é convidado a se retirar do parlamento. O povo ateniense, fundado na perspectiva da razão, não concebia a possibilidade de um julgamento divino, superior ao já instituído, capaz de julgar seus atos e impor uma pena pelos delitos, os quais, Paulo apontava como idolatria.

Assim surge a idéia deste espaço, o de ser um fórum onde possamos argumentar sobre nossa fé, em meio à diversidade de opiniões, na grande maioria, fundada unicamente no racionalismo contemporâneo.

Por isso, queridos irmãos, este fórum também é seu, participe, dê sua opinião, questione. Seja também um evangelizador neste novo areópago.

Fraternal abraço.

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