sábado, 31 de dezembro de 2011

REFLEXÃO DA PALAVRA - MARIA, MÃE DE DEUS - ANO B - 01/01/2012

SANTA MÃE DE DEUS – ANO B – 01/01/2012
XLV DIA MUNDIAL DA PAZ

1ª Leitura: Números 6,22-27
Salmo Responsorial: Sl 66/67
2ª Leitura: Gálatas 4,4-7
Evangelho: Lucas 2,16-21

“A PRIMEIRA EDUCAÇÃO CONSISTE EM APRENDER A RECONHECER NO HOMEM A IMAGEM DO CRIADOR” (Papa Bento XVI)¹

Assistindo às retrospectivas, ou seja, ao resumo dos acontecimentos jornalísticos do ano, que os canais de televisão ofertam a seus telespectadores, é possível ter uma ideia de como caminhamos neste ano. Não pelas notícias, que evidenciam as desgraças que ao longo do ano aconteceram, mas pela sede que hoje temos de ver e rever as desgraças ocorridas com os outros; não é sem razão que tais programas são amparados por grande audiência, e vejam, a contar pelas notícias que são apresentadas, na maioria, desgraças, vemos que em nada nos acrescenta de positivo, apenas reforça a desilusão numa vida melhor e nos deixa ainda mais, mergulhados na depressão e na angústia, com o sentimento de que este mundo não tem mesmo jeito, de que nada neste mundo mudará. Isto é uma mentira, e se ainda não é, também não é uma verdade absoluta.
O mistério da encarnação do Verbo Divino, que não se encerra no nascimento de Jesus, mas que possui um caráter transversal na nossa história: criação, caminhada, revelação, anunciação, encarnação, sacrifício, ressurreição, ascensão, santificação, anúncio e salvação, nos revela que os momentos de crise que se apresentam, estes são passageiros, mas a vida se mantém, e se mantém fortalecida quando superadas as crises. Por isso Paulo se refere, na Segunda Leitura sobre a plenitude dos tempos. Plenitude não é o fim dos tempos, é antes o kairós, o tempo oportuno para a revelação da graça que já estava junto à criação, mas esta era então incapaz de enxergá-la; poderíamos substituir o termo plenitude por sinais, isto é, sinais dos tempos que nos revelam a necessidade de aprofundar o relacionamento com Deus, nosso fim, e consequentemente com o próximo, aquele que expressa Deus uma vês que é sua imagem e semelhança.
A partir de toda esta revelação, podemos crer que tudo o que testemunhamos e que não condiz com o plano de Deus para uma vida plena e realizada, pode sim ser transformado, se não por nossas limitadas forças, pelo poder daquele que intervém em nossa história a partir do lamento e do clamor daqueles que mais sofrem. Será que o choro da criança faminta na África, que ecoa por todo o mundo, o sangue na terra, derramado por tantos desmandos e irresponsabilidades, o sofrimento dos pobres, motivado sobretudo pela corrupção dos que se fazem governantes, não sensibilizaria nosso Deus? A plenitude dos tempos já se manifestou, Deus já se revelou e, vivendo o nosso sofrimento nos conheceu e nos ensinou como viver plenamente. A construção do reino de justiça agora depende da missão dos que conheceram a vontade deste Deus, sua Palavra.
Deus agora, se faz presente nas mentes e corações, nos braços e pernas daquele que se deixaram conquistar pela graça, a quem o Espírito Santo tomou em possessão, e Maria é o exemplo para estes que somos nós, pois ela analisava todos os acontecimentos e os assimilava em seu coração (cf. Lc 2,19), mas bem sabemos que Maria transformava aquilo que assimilava em práticas concretas de serviço ao outro; ela, mesmo grávida, seguiu urgente para servir Isabel. O serviço ao outro é fonte de justiça e justiça gera a paz, mas não a justiça encerrada na força da lei, mas aquela justiça fundada em suas “raízes transcendentes” com diz sua santidade o Papa Bento XVI em sua mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz, publicada no último dia 08, para então celebrarmos a passagem para o ano novo, ali o papa lança um apelo para que se eduquem os jovens para a justiça e a paz, não sem antes, fazer uma análise precisa do contexto atual ao qual vive a sociedade moderna e, resgatar a definição do que seria verdadeiramente esta justiça e esta paz.

Coroação da Virgem Maria pela
Santíssima Trindade de Velasquez
fonte: wikipedia

Que Maria, Mãe de Deus e nossa, Senhora da Paz, e por nós constituída rainha pelo dom de servir e pelo “sim” oferecido gratuitamente a Deus, nos ensine a assimilar os sinais dos tempos e transformá-los em atos concretos de solidariedade, amor e fraternidade, neste novo anos que se inicia.


Feliz ano novo a todos e a todas!

Notas

¹ Pp. BENTO XVI. Educar os jovens para a justiça e a paz. Mensagem para a celebração do XLV Dia Mundial da Paz (1 de janeiro de 2012). Vaticano, 08 de dezembro de 2011. Disponível em: http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/peace/documents/hf_ben-xvi_mes_20111208_xlv-world-day-peace_po.html - Acesso em 30 dez 2011 às 10h03min.

Nenhum comentário:

Postar um comentário