quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

DIA 19/12/2010 – IV DOMINGO DO ADVENTO – ANO A

REFLETINDO A PALAVRA

·         1ª Leitura: Isaías 7,10-14
·         Salmo Responsorial: 23(24)
·         2ª Leitura: Romanos 1-1-7
·         Evangelho: Mateus 1,18-24 

DEUS QUE NASCE NUMA FAMÍLIA HUMANA: MÃE QUE SE ENTREGA... PAI QUE ACOLHE.

Passado o domingo da alegria, quando a criação percebe a proximidade da encarnação do Verbo Divino, a plenitude da manifestação de Deus na história humana, e por isso mesmo louva a Deus por sua imensa misericórdia para conosco, a Sagrada Liturgia testemunha agora a natureza humana da qual, o próprio Deus se reveste.

De fato, isto é um mistério que transcende a nossa limitada compreensão; como é possível Deus com toda a sua onipotência, onisciência, de tudo o Criador, puríssimo amor, resignar-se a viver no tempo e no espaço, a sofrer nossos sentimentos e sujeitar-se à tragédia ao mesmo tempo comum e individual a cada ser humano? Lembrem-se, somente este ser dotado de inteligência é capaz de ter consciência de seu fim, por isso mesmo, agindo com prudência, é capaz de muitas vezes adiá-lo, de viver mais; Jesus assume também esta condição e, instruído pelo Espírito do Pai, saberá entregar sua vida no tempo oportuno.

Antes será preciso que Deus conheça as entranhas da natureza humana, experimente ser homem; algo que na condição de Criador, Deus soberano, não conhecia, em decorrência do pecado original que provocara uma cisão no relacionamento entre Criador e criatura; Para que resgatasse esta relação filial, era necessário que de alguma forma em suas veias e artérias corresse sangue.

Maria tornar-se-á, então, a porta de entrada de Deus na humanidade; é unicamente seu sangue, uma vez purificado do pecado por sua Imaculada Conceição, que correrá nas veias de Jesus. Não há participação do gênero masculino na concepção do menino: “... antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo” (Mt 1,18); um sinal de Deus previsto nas profecias de Isaías, setecentos anos antes, quando consternado pela falsa humildade do rei Acaz, e sua fé vacilante (cf. Is 7,12), Deus o anuncia o nascimento de um filho a partir de uma virgem como sinal mesmo oferecido por Ele, sinal que Acaz não poderá recusar.
A Mãe de Deus de Kazan é um ícone religioso do Patriarcado de Moscou. Durante o período comunista na União Soviética o ícone esteve escondido e apareceu numa exposição nos Estados Unidos. Em 1993 a imagem foi confiada ao Papa e, em 2004, após a queda o regime comunista da Rússia, João Paulo II determinou a devolução do ícone ao patriarcado de Moscou. O ícone encontra-se reservado num mosteiro em Kazan capital da república do Tatarstan, terra de origem dos tártaros, na Federação Russa. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3e_de_Deus_de_Kazan – Acesso em 15 dez. 2010 às 19h25min.

Também nós não poderemos recusar a encarnação do Verbo Divino, tal acontecimento, não dependerá mais de nossa vontade; é o próprio Deus que se oferece definitivamente. A participação humana no plano da salvação estará doravante, na profunda e autêntica adesão às idéias e práticas de Jesus, é nisso que consiste ser “servo de Jesus Cristo e apóstolo por vocação” (Rom 1,1): aceitar e obedecer à vontade de Deus, colocando em prática seus ensinamentos, objetivando sempre o bem do outro, também esta é a participação de José, que assegura ao Cristo a descendência de Davi, mesmo sem a total compreensão dos acontecimentos, não deixa de ser justo, assumindo assim a posição de pai terreno.

Que o Natal de hoje, nos revele Jesus Libertador, mas também, pais e mães abertos ao amor, dispostos a promover a vida em sua plenitude a partir de uma concepção responsável. Que uma reflexão mais aprofundada sobre o Natal nos possibilite superar a valorização excessiva do “eu”, a busca desenfreada do ter e do prazer que destrói sobremaneira a fraternidade. Somente assim se construirá pessoas plenas em dignidade e consequentemente uma sociedade justa e feliz.
OREMOS: Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações para que, conhecendo pela mensagem do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos por sua paixão e cruz, à glória da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

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