sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

REFLEXÃO DA PALAVRA: DIA 05/12/2010 – II DOMINGO DO ADVENTO

LITURGIA DA PALAVRA: 
  • 1ª Leitura: Isaías 11,1-10
  • Salmo Responsorial: 71(72)
  • 2ª Leitura: Romanos 15,4-9
  • Evangelho: Mateus 3,1-12 

“... ACOLHEI-VOS UNS AOS OUTROS, COMO TAMBÉM CRISTO VOS ACOLHEU” (Rm  15,7).

O Batismo de Cristo, quadro de Andrea del Verrocchio e Leonardo da Vinci que mostra São João Batista batizando Jesus Cristo. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Batista>. Acesso em 03 Dez. 2010.
Neste Segundo Domingo do Advento, a tônica da Liturgia é o acolhimento, fruto imediato da verdadeira conversão e adesão ao Evangelho de Jesus Cristo, do qual, João Batista é o precursor, aquele que na missão de profeta, prefacia aos acontecimentos que estão por vir: a plenitude da manifestação de Deus na história humana.


No plano da Salvação, não há como dissociar a teoria da prática; toda a Palavra converge à ação. Dizia-me sempre um amigo: "A oração é composta pelas expressões 'orar' e 'ação'". Aos dons do Espírito Santo, manifestados em nossa natureza pela ação da Palavra de Deus, deve-se resultar a prática de uma renovada justiça; aquela que, ao invés de negar a dignidade da pessoa humana e assim, excluí-la do meio, seja na comunidade de fé ou noutros campos da sociedade, torna-se capaz de acolher o outro, ainda que nos seja diferente.


Por meio de um discurso messiânico, Isaias nos apresenta um novo lider, tal como um “rebento de uma flor” (v. 1), que saberá como nenhum outro, governar com justiça, por que advém do próprio Deus e por isso, ungido com Seu Espírito. É dele que dependerá a justiça e consequentemente a paz entre os homens, tal como nos relata o salmista na Sagrada Liturgia: “Nos seus dias, a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho” (cf. v. 7). Se ainda não conseguimos fazer reinar a justiça e a paz em nosso meio, é por que teimamos em confiar em lideranças que não abrem o coração e a mente à instrução da Palavra, da qual Paulo se refere aos Romanos (cf. 15,4); lideranças que se excomungam do pensamento e do exemplo daquele que se fez verdadeiro líder, Jesus Cristo, o qual, por meio do serviço gratuito, levado às últimas conseqüências de sua vida, restituiu-nos a dignidade de filhos de Deus, nossa plena felicidade. Qual líder de nossas sociedades neste mundo é capaz de tamanha atitude, a de entregar a própria vida pela felicidade de seu povo? O comum é encontrarmos líderes que preservam antes a sua vida enquanto o povo morre a míngua das necessidades mais básicas. A estes ainda está por nascer o Deus Menino, o Natal não aconteceu, e se assim continuarem, não será uma realidade, antes, uma fantasia; e não se pode dizer que estes são casos perdidos, pois, “até mesmo destas pedras Deus pode fazer nascer filhos de Abraão” (Mt 3,9).

João Batista pede a conversão de mentes e corações, como única forma de se efetivar o tão sonhado por Deus, Seu Reino, inaugurado com a encarnação do Verbo; o maior batismo, o do Espírito, surgirá a partir de uma profunda adesão a este projeto, e aquele que o receber não será purificado na água, mas no fogo, visto que, a água lava enquanto o fogo calcina e assim purifica, por isso mesmo é capaz de transformar a nossa dura realidade em esperança de felicidade.

Giampietrino. A Virgem Amamentando o Menino e São João Batista Criança em Adoração, c. 1500-20. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Batista>. Acesso em 03 Dez. 2010.
“Bendito seja o Senhor Deus de Israel, o único que faz maravilhas! Bendito para sempre seu nome glorioso, e que sua glória encha a terra! Amém, amém” (Sl 71, 18-19).

OREMOS: Ó Deus Todo-Poderoso e cheio de misericórdia, nós vos pedimos que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas, instruídos pela vossa sabedoria, participemos da plenitude de sua vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!

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