sexta-feira, 22 de abril de 2011

O AMOR QUE NOS LEVA À PLENA COMUNHÃO COM DEUS.

DOMINGO DA RESSURREIÇÃO - 24/04/2011 - ANO A
COR: BRANCO - I SEMANA DO SALTÉRIO

PRIMEIRA LEITURA: at 10,34a.37-43
SALMO RESPONSORIAL 117/118
SEGUNDA LEITURA: Cl 3,1-4

EVANGELHO: Jo 20, 1-9 


Quão triste seria nossa vida sem a presença de Deus; se ainda estivéssemos em estado não redimido, ou seja, se Deus mesmo, não tivesse tomado a iniciativa de nos resgatar da morte e da falta de esperança. Saber que somos filhos amados de Deus é uma alegria sem fim; ainda que o mundo tente minar esta alegria, com inúmeras decepções que em nosso dia a dia, nos são lançadas, temos a esperança e a força de superá-las.


Superar nossas dificuldades e dilemas, no entanto, não é fácil, e não raramente, independe exclusivamente de nossas forças de vontade; é o Espírito do agora ressuscitado, Cristo Jesus, que nos impele a termos coragem para transformar a nossa sofrida realidade obscura; Maria Madalena é a figura do Evangelho que bem representa esta situação, excluída da sociedade por ser mulher, fragilizada pela tristeza e pela solidão de ter perdido o seu Senhor, caminha pela madrugada, “quando ainda estava escuro” (Jo 20, 1), sem esperança, fechada em seu mundo obscuro entre a cruz e o túmulo, isto é, anestesiada pelo sofrimento, busca contemplar a morte. O túmulo aberto lhe toma de espanto e altera completamente seus sentidos, não vê outra situação a não ser anunciar aos demais sua percepção daquilo que vira: “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram” (v.2); vejam que a conjugação do verbo na terceira pessoa do plural: “sabemos”, sugere que não estava sozinha, isto nos leva compreender que a comunidade é quem testemunha gradativamente a manifestação divina, e é ela quem anuncia aos demais.


Tal anúncio deve nos fazer sair de nós mesmos, isto é, de nosso comodismo, é neste sentido que Pedro e o discípulo predileto saem em disparada, quase como numa competição, onde o vencedor não é o mais ágil, tampouco o mais sábio, mais o que ama mais; o discípulo colocado propositalmente, neste trecho do Evangelho que a liturgia nos traz hoje, no anonimato, nos remete a João, o mesmo discípulo que na última ceia deita sua cabeça sobre o peito do Senhor e lhe pergunta, a pedido de Pedro, quem o iria trair, também é o discípulo que teve força para suportar o sofrimento da morte ao pé da cruz. Por isso, este discípulo amado, e que também sabe amar, sabe esperar que Pedro na condição de chefe, assuma a prioridade de adentrar ao túmulo, mas é o outro, entrando logo após Pedro, o primeiro a crer, uma vez que Pedro fica preso à razão, analisando os sinais, os quais não são a prova definitiva, uma vez que alguém, como pensara Maria Madalena, poderia ter de fato retirado o corpo; as faixas de linho deixadas no chão, e o sudário que envolvia a cabeça de Jesus, enrolado a parte são, porém, para Pedro, fortes sinais da ressurreição, novamente Pedro vacila entre a fé e a razão, por isso sua certeza se dará num momento posterior, enquanto João, já sai transformado: “Ele viu e acreditou” (v.8b).

Acreditar na ressurreição do Cristo e que com Ele, e Nele, também nós estamos ressuscitados é, portanto, resultado não somente da compreensão racional, mas principalmente da fé que emerge da relação de amor que se pode ter com Deus; o amor é cego, como já diziam os antigos, e nos deixa cegos, mas o amor a Deus, este é capaz de abrir nossos olhos para uma realidade a qual com nossa razão não conseguimos enxergar. Portanto ame sem medo e sem restrição e seja feliz, ressuscitado com Cristo.

Feliz Páscoa! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário