sábado, 7 de maio de 2011

A ESPERANÇA NA RESSURREIÇÃO É O FUNDAMENTO DE NOSSA FÉ


3º DOMINGO DA PÁSCOA – ANO A – 08/05/2011

PRIMEIRA LEITURA (At 2,14.22-33)
SALMO RESPONSORIAL 15/16
SEGUNDA LEITURA (1Pd 1,17-21)
EVANGELHO (Lc 24,13-35)

A ESPERANÇA NA RESSURREIÇÃO É O FUNDAMENTO DE NOSSA FÉ

A pregação do Evangelho, e a fé que dela se origina, depende essencialmente, em primeiro lugar, da plena confiança na Palavra testemunhada, mas também, da esperança que o discípulo missionário possui no mistério da salvação, fundamento do anúncio e motivo pelo qual, Deus se encarnou em nossa realidade, para nos conhecer e assim, nos amar tal como nos amou.
Falar dos acontecimentos sem a perspectiva da esperança é o mesmo que transmitir uma notícia qualquer; alguns irmãos diriam que era a falta de “unção”, isto é, da falto do toque extraordinário que emana do Espírito Santo; é este Espírito que gera a vida; dissociado, pois, do Espírito, o anúncio se torna discurso, isto é, uma “fala”, comparado a uma transmissão jornalística, histórica e científica; diríamos, falta fé onde sobra ciência, faltam sabedoria, testemunho e vida, onde sobre conhecimento.
Eis aí o contexto da caminhada dos discípulos a Emaús que, entristecidos, frustrados, como os últimos acontecimentos, e assim, com a esperança fragilizada, tornam-se incapazes de assimilar e testemunhar o grande mistério da Salvação que se dá em Jesus Cristo, ainda que o tenham conhecido de forma presencial; colocados nesta condição, a transmissão dos acontecimentos foi reduzida ao fato histórico, ao efetivo, isto é, ligada ao efeito e, ao mesmo tempo, dissociada do afetivo, que procede do afeto, do sentimento, da espiritualidade; tal condição não deixa de ter sua importância, no meio científico, mas Jesus a descaracteriza: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram!” (Lc 24,25); é preciso aí uma intervenção do próprio Cristo, seja pela Palavra novamente proclamada aos discípulos, seja pela sua manifestação sacramental que se dá no partir do Pão (cf. v. 30), uma vez que não fora suficiente aos discípulos, ouvirem novamente toda a história da salvação, ou seja, a Palavra anunciada pela boca de Jesus. A Eucaristia celebrada pela comunidade desvela o mistério que a mente humana sozinha é incapaz de conceber e, aliada à proclamação da Palavra, é imbuída de poder para transformar mentes, corações e atitudes a uma dimensão que antes não era possível, pela falta de compreensão deste mistério, ou seja, de uma realidade transcendente, e oculta ao conhecimento humano, porém, latente à sabedoria divina, ulterior elemento que surge através de uma relação de diálogo entre criador e criatura, que tende a evoluir à relação amorosa, a qual implica no serviço e no sacrifício.
Curados após o terceiro dia, isto é, quando não mais havia esperança no retorno à vida, e quando, no imaginário fragilizado dos discípulos de Emaús, a morte estava definitivamente caracterizada, mas tendo a fé totalmente renovada por conta do encontro com o próprio ressuscitado, eles retornam ao convívio comunitário, ainda que estejam envolto às trevas, uma vez que o convite a Jesus acontecera nestes termos: “Fica conosco, pois já é tar­de e a noite vem chegando!” (v. 28). Aqui nos é revelado que o retorno à comunidade não é algo fácil, depende sim, de uma força extraordinária que não seja simplesmente a nossa vontade, tão pequena diante da força de seu Espírito, isto é, de sua unção.
Afinal, “nenhum bem eu posso achar fora de vós” Senhor!
Deus nos abençoe e nos guarde.
Volva para nós o Seu olhar.
E nos dê a paz, a felicidade e a esperança.
Amém!

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