sexta-feira, 20 de maio de 2011

"EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA, NINGUÉM VAI AO PAI SENÃO POR MIM" (Jo 14,6)


22/05/2011 – 5º DOMINGO DA PÁSCOA – ANO A
(cor: branco - I Semana do saltério)

PRIMEIRA LEITURA: Atos dos Apóstolos 6,1-7
SALMO RESPONSORIAL 32/33
SEGUNDA LEITURA: 1Pedro 2,4-9
EVANGELHO: João 14,1-12

“EU SOU O CAMINHO, AVERDADE E A VIDA. NINGUÉM VAI AO PAI SENÃO POR MIM” (Jo 14,6)

Neste tempo especial de graça, em que temos vivenciado, mais profundamente, o mistério da ressurreição do Senhor, uma vez que, a Liturgia, inserida no tempo e no espaço, nos possibilita esta reflexão, Jesus se apresenta como o caminho, a verdade e a vida, elementos que devem fazer parte do viver e do agir de todos os que decidem segui-lo, por meio da conversão e da participação neste mesmo mistério, dado não somente em Cristo, mas estendido também àqueles que se unem a ele e permanecem fieis diante das diversidades que tal decisão implica. Sim, por que, seguir a Cristo não é simplesmente seguir a um ideia, ou a um modismo passageiro, mas é assumir uma vida nova, que em nada tem a vez com aquela vida que se vivia antes de tê-Lo conhecido. 
O seguimento a Cristo não significa, portanto, o livramento de meus problemas, estes, se colocados como prioridade e condição básica para minha participação na comunidade de fé, e caso não seja atendido o meu anseio, tendo a me afasto, como comumente acontece, é na verdade, uma inconstância, para não dizer incoerência, motivada por um pensamento relativista, amplamente difundido em nossa cultura moderna. Ao contrário, o seguimento é para que, fortalecidos na fé, possamos superar tais adversidades, com fortaleza e alegria, porém, contagiantes aos demais membros da comunidade; não é o que Jesus diz? “Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também”. (Jo 14,1). Sem esta fé, acredito que não teríamos como viver neste mundo atribulado, aliás, se vivemos é pela fé que vivemos, ora, Paulo mesmo afirma em sua Carta aos Romanos: “Mas o justo viverá pela fé” (Rm 1,17); quer dizer que sem fé não se vive? Certamente a graça divina é dada não somente a todos os humanos, mas a toda a criação, independente da crença e do grau de fé que se tem na proposta de Cristo, no entanto, veja o que se reflete na Declaração “Dominus Iesus” (DI) sobre a unidade e a universalidade de Jesus Cristo e da Igreja, publicada pela Congregação para Doutrina da Fé, quando ainda Joseph Card. Ratzinger, hoje, Pp. Bento XVI, era o prefeito:

“Se é verdade que os adeptos das outras religiões podem receber a graça divina, também é verdade que objetivamente se encontram numa situação gravemente deficitária, se comparada com a daqueles que na Igreja têm a plenitude dos meios de salvação. Há que lembrar, todavia, ‘a todos os filhos da Igreja que a grandeza da sua condição não é para atribuir aos próprios méritos, mas a uma graça especial de Cristo; se não corresponderem a essa graça, por pensamentos, palavras e obras, em vez de se salvarem, incorrerão num juízo mais severo’. Compreende-se, portanto, que, em obediência ao mandato do Senhor (cf. Mt 28,19-20) e como exigência do amor para com todos os homens, a Igreja anuncia e tem o dever de anunciar constantemente a Cristo, que é ‘o caminho, a verdade e a vida’ (Jo 14,6), no qual os homens encontram a plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou todas as coisas consigo”.
(DI, 22 – 06 ago 2000)


Cristo, mediante seu próprio testemunho de vida, é, portanto, as três condições básicas para vivermos plenamente a ressurreição e assim estarmos em comunhão com o Pai: o caminho de que precisamos, isto é, o objetivo de vida, sem o que nos perdemos e desorientados, vamos ficando para traz nesta caminhada no deserto rumo à eternidade; a verdade, a qual, a lógica do mundo tende a relativizar, tem de, necessariamente fazer parte do discipulado, é esta a verdade que deve permear as relações, a começar na comunidade de fé, mas ampliar-se também na sociedade; não é concebível que o fiel, viva de uma forma na comunidade e de outra completamente oposta na sociedade, onde os meios justifiquem os fins; tal incoerência, pela fé, há de ser superada. E por fim, Jesus é a vida; viver em plenitude é ser feliz, e não há como não ser em comunhão com o Cristo, é Ele quem transforma nossa vida, quem nos des-aliena da morte, é Nele que nos tornamos grande, ainda que sejamos pequenos e miseráveis, pois acredite: “quem acredita em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que essas”. (Jo 14,12).

Oremos: Ó Deus, Pai de bondade, que nos redimistes e adotastes como filhos e filhas, concedei aos que crêem no Cristo a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho na unidade do Espírito Santo. Amém!

Fraternal abraço a todos. 

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