sábado, 17 de setembro de 2011

REFLEXÃO DA PALAVRA - XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A - 18/09/2011

REFLEXÃO DA PALAVRA
XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM – 18/09/2011

PRIMEIRA LEITURA: Isaías 55,6-9
SALMO RESPONSORIAL: 144/145
SEGUNDA LEITURA: Filipenses 1,20-24.27
EVANGELHO: Mateus 20,1-16

A SABEDORIA DIVINA QUE SUPERA A RAZÃO, NA PROMOÇÃO DA JUSTIÇA, BASE DE UMA SOCIEDADE CONFIGURADA AO REINO

A humanidade tem fundamentado todas as revoluções que até hoje ocorreram, e possivelmente as que futuramente irão ocorrer, ao anseio de justiça social. Assim foi na Antiguidade quando se justificava a expansão dos megaimpérios: romanos, assírios, gregos, persas, assim também, na ascensão do capitalismo com a Revolução industrial e posteriormente com a firmação do imperialismo norte americano sedento de domínio, só que desta vez um domínio diferente, digamos, virtual, fundado no simulacro, no ilusionismo, mas bastante real. Enfim, a defesa da justiça, sempre tem sido a razão para que se promover radicais ações políticas, econômicas e sociais, mas também tem sido a razão de se guerrear, de aniquilar sociedades mais frágeis, ações que ao fim, em nada tem alterado o quadro de exploração e exclusão dos que não possuem poder e dinheiro; nenhuma destas propostas mirabolantes foi suficiente para solucionar o problema humano, o de se promover a equidade, isto é, a total divisão os frutos do trabalho à todas as pessoas deste mundo. Isto porque, nos fundamos e confiamos demasiadamente no poder do homem e na sua racionalidade.
A sabedoria divina supera a razão do homem, como bem exorta o profeta Isaías: “Estão [...] meus pensamentos acima dos vossos pensamentos” (55,9), e reordena a lógica de nosso pensamento, nos testemunha Paulo com suas palavras: “[...] viver é Cristo e morrer é lucro” (Fl 1,21); quem não tem fé, não consegue pensar nesta lógica, e por isso pensa invertido ao pensamento de Deus; para ele seguir Cristo é sinônimo de sofrimento, de ascese, e o lucro está em viver abundantemente, ainda que o outro morra para que possa viver da forma que quer.
E pensa diferente a Deus, mesmo aqueles que estão em condições desfavoráveis na sociedade; até mesmo os pobres, alienados às ideologias dominantes, não conseguem libertar-se para contestar a situação em que encontram e propositadamente, corroboram pela manutenção da conjuntura de exploração, pois pensam como exploradores, isto é, como os de classe dominante. É o que demonstra esta parábola que Jesus utiliza para ilustrar aos que o ouviam, o que seria o seu Reino (cf. Mt 20,1-16). Neste reino, a lógica humana é inferiorizada, o que vale mesmo é a vontade de Deus, o patrão que sai para contratar operários para sua vinha; diríamos hoje, para sua empresa; aí, é irrelevante o momento em que o trabalhador se apresenta ao serviço, a paga será a mesma, isto é a justiça será realizada de forma perfeita, conforme a vontade do patrão. Poderíamos traduzir esta fábula para a realidade comunitária, ou seja, nossa participação na missão evangelizadora que realizamos ou na vida de convertidos que testemunhamos, dá no mesmo, e dois condicionantes são de fato importantes: confiar no amor de Deus, de forma igualitária a todos os que são seus e permanecer perseverantes, na certeza de que a justiça é uma realidade ainda possível para esta nossa temporalidade. Enfim, o tempo de conversão e caminhada não é garantia nenhuma de privilégios sobre os que se achegam hoje, já que também a conversão é uma realidade possível para hoje.
Que a sabedoria divina nos instigue a nos incomodarmos com as situações de morte que são premeditadamente implantadas por quem não faz comunhão com o pensamento de Deus, mas se em algum momento, a conversão acontecer na vida destes, que sejam bem vindos ao testemunho do amor, a possam acrescentar forças à missão de construir um mundo transformado. Certamente o patrão te concederá o justo salário: a vida eterna. Amém!

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo

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