sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

REFLEXÃO DA PALAVRA: 2º DOMINGO DO TEMPO - ANO B - 15/01/2012

 2º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B – 15/01/2012
(Verde, Glória, Creio, II Semana do Saltério)

 
1ª Leitura: 1Samuel 3,3b-10.19
Salmo Responsorial: Sl 39,2.4ab.7-8a.8b-9.10 (R.8a.9a)
2ª Leitura: 1Coríntios 6,13c-15a.17-20
Evangelho: João 1,35-42


SOMOS DE FATO, FUNDAMENTAIS PARA QUE A IMPLANTAÇÃO DO REINO DE JUSTIÇA E DE PAZ NO MUNDO EM QUE VIVEMOS?

Eis uma pergunta bastante pertinente no contexto de ser Igreja ao qual vivemos. E neste início de caminhada, no deserto de nossa existência, tal como propõem as reflexões do Tempo Comum, na liturgia da Igreja, devemos dar sentido aos ensinamentos do Evangelho e fazer com que tais ensinamentos não sejam levados pelo tempo, ao contrário, eles devem servir para transformar nossas vidas de discípulos missionários de Jesus Cristo, neste mundo, arena de tantas batalhas, perdas, mas também de conquistas e vitórias.
 
No Evangelho deste 2º Domingo do Tempo Comum, Jesus inaugura o seu ministério, a partir do ministério de João Batista; o relato joanino quer expressar que o ministério de João é uma fase preparatória a ser completado pelo ministério de Cristo, revestido de superioridade; veja que os dois discípulos, ao contrário dos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), em que Jesus os escolhe a partir de suas vidas comuns, isto é, no dia a dia do trabalho, em João os discípulos são escolhidos como que por uma indicação do profeta, que parece transferir seus discípulos à Jesus através de seu comando: “Eis o Cordeiro de Deus!” (Jo 1,36), após um novo dia se iniciar. A salvação segue a um plano determinado, o qual proporciona o desenvolvimento dos que neste plano estão inseridos; os discípulos parecem subir um degrau neste processo, tendo aprendido tudo de João Batista, agora seguem ao próprio Jesus.
 
André é um dos dois discípulos que seguem decididamente o Cristo e o querem conhecer: “Rabi, onde moras?” (v. 38). Revestido de plena dignidade, uma vez que o Evangelho não atribui nome ao segundo, o que dá margem ao anonimato e a muitos, ocupar a sua identidade, inclusive nós mesmos, a quem de fato de se dirige as escrituras, André imediatamente assume o serviço de anunciar a Boa Nova, primeiramente a seu irmão Simão, este se torna sua conquista, não por que lhe anuncia, mas por que o conduz ao Cristo; apenas o uso da palavra para converter o outro não é suficiente, deve-se leva-los a ter uma experiência no campo da relação com a novidade da manifestação divina. Se antes do Cristo esta manifestação se dava de forma pessoal, tal como o chamado que Deus faz a Samuel na Primeira leitura, agora este chamado requer uma relação entre as pessoas; o local desta relação é a comunidade de fé, por outro lado, o nome está vinculado à missão, por isso Jesus mudará o nome de Simão para Pedro e o vinculará mais tarde à edificação da Igreja, da comunidade; Pedro precisará aprender a usar seu nome de missão, e isto também será para ele um processo de conversão, comum a todos nós.
 
Por outro lado, André só pode realizar sua ação pastoral de conduzir o irmão a Jesus, na medida em que ele primeiro deixou-se relacionar com o mestre: “Foram, pois ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele” (V. 39), isto é, depois que o conheceram na sua intimidade; pois onde moramos é de fato o local da nossa intimidade. E fizeram esta experiência longe das preocupações do dia, ou seja, fizeram um retiro espiritual com o Cristo que encontraram no caminho. Se de fato, nós somos este segundo discípulo, somos também chamados a aprofundar a relação de intimidade com Jesus e assumir nosso ministério de conduzir as pessoas a Jesus, deixar de assumir esta responsabilidade incorremos em pecado de omissão e assumimos a responsabilidade pela perda de tantas almas que por nossa omissão deixaram de conhecer Jesus e por conta desta ignorância possibilitou-se a difusão da injustiça, da corrupção na sociedade e da perda da paz de sentido divino, pois paz não é apenas ausência de guerra, mas consequência da perfeita justiça, aquela que não dissimula e não cria diferenças na sociedade.
 
Eis a importância fundamental que cada cristão, discípulo missionário tem na implantação do reino de justiça e paz neste mundo adoentado pela falta de caridade; cada um é responsável por tornar o Cristo conhecido a todos e todas.
 
Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!

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