sábado, 11 de fevereiro de 2012

REFLEXÃO DA PALAVRA - 6º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B - 12/02/2012: NA CONDIÇÃO DE CRISTÃOS, NOSSAS AÇÕES DEVEM ESTAR EM PERFEITA SINTONIA COM A AÇÃO LIBERTADORA DE JESUS

6º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B - 12/02/2012
(Verde, Glória, Creio, II Semana do Saltério)

1ª Leitura: Levítico 13,1-2.44-46
Salmo Responsorial: Sl 31,1-2.5.11 (R.7)
2ª Leitura: 1Coríntios 10,31-11,1
Evangelho: Marcos 1,40-45

NA CONDIÇÃO DE CRISTÃOS, NOSSAS AÇÕES DEVEM ESTAR EM PERFEITA SINTONIA COM A AÇÃO LIBERTADORA DE JESUS.

A ação de Jesus supera os limites que a Lei determina, no sentido de que a Lei se preocupa em defender os que se mantêm num estado de pureza considerado pelas autoridades como sendo ideal para se manterem inseridos na sociedade, ao passo que Jesus se dirige aos que pela Lei foram excluídos do convívio social (cf. Primeira Leitura). A ideia é extremamente revolucionária e se contrapõe diretamente ao estado político e religioso de sua época, isto é, é uma afronta às autoridades instituídas, que de fato não possuem autoridade consistente nem tampouco compaixão pelos que sofrem; características estas, de uma autêntica liderança, ou seja, do Messias esperado.

Jesus tomando para si a condição de Messias, sem o reivindicar para si, vai de encontro aos leprosos, para com eles se relacionar e conviver. Eis uma primeira exigência que se faz aos discípulos missionários, sobretudo aos que hoje decidem seguir Jesus: ir ao encontro dos necessitados para com eles e como eles conviver, e não apenas falar deles, como se deles se utilizassem com a finalidade de se promover; somente assim se possibilitará que Jesus, mesmo nos nossos dias, realize as curas de que tanto o povo precisa.

Atender as necessidades imediatas dos necessitados e excluídos é necessário, mas não é o verdadeiro caminho da libertação e da cura, uma vez que a nossa cultura está embasada não na vida fraterna voltada para o coletivo, mas no individualismo, e no salve-se quem puder, onde aí impera a lei de que se deve levar vantagem em tudo e sobre todos. Nesta dinâmica social, obter privilégios que respondam a uma necessidade pessoal de endinheiramento com o mínimo esforço possível será sempre, por nós, considerado normal. Não é pra menos que tantas e tantas pessoas preferem continuar vivendo à margem, a fim de obter constantemente auxílio humanitário, sem de fato querer restaurada sua dignidade, pois isso seria assumir responsabilidades sociais de colaboração do desenvolvimento coletivo. Percebeu-se na Europa, que os governos, por décadas, davam auxílios desemprego a pessoas que não tinham mais interesse de trabalhar, evidentemente, salvo as situações de verdadeira necessidade, por isso após a última crise financeira, os governos têm revisto as formas de auxílio aos pobres. No Brasil não é raro encontrar pessoas saldáveis, algumas bem sucedidas financeiramente, sendo beneficiadas pelos diversos programas sociais do governo; as universidades públicas gratuitas que o digam, apesar do esforço em se garantir vagas a quem de fato necessita, a história nos testemunha que são os mais ricos que se utilizam destas universidades; os mais pobres pagam universidades particulares.

E vai tirar o privilégio de quem os tem! Para aqueles que deviam promover a justiça na sociedade, ou seja, para as lideranças políticas, é impossível fiscalizar a canalização de recursos num país tão grande como o nosso, mas podemos considerar também que o Estado com todo o seu recurso não é e nunca será capaz de atender a necessidade de todos, uma vez que é inoperante e corrupto, sem contar que tais lideranças de fato não conhecem a realidade do povo, uma vez que não saem de si para conviver com o povo sofrido, e nessa perspectiva legalista e humana, as doenças, que hoje, sem dúvida não são mais as feridas da carne, mas sim da alma, continuam sem serem curadas, uma vez que nos distanciamos da prática libertadora de Jesus, de conviver e estar presente no dia a dia daquele que sofre. Por outro lado precisamos querem ser curados de nossas misérias, não fosse a atitude de aproximação do leproso a Jesus, provocando-o a curá-lo, possivelmente nada teria acontecido. Para Deus é assim, o milagre só acontece quando de fato queremos.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

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