sábado, 18 de junho de 2011

REFLEXÃO DA PALAVRA - SANTÍSSIMA TRINDADE

19/06/2011 – Ano A – cor: branco

PRIMEIRA LEITURA: Ex 34,4b-6.8-9
SALMO RESPONSORIAL: Dn 3, 52-56 – Faixa 16
SEGUNDA LEITURA: 2 Cor 13,11-13
EVANGELHO: Jo 3,16-18

"O LUX, DEUS TRINITAS, ET UNITAS POTESTATIS - Ó LUZ, Ó DEUS TRINDADE, Ó UNIDADE E FONTE"
(Oração das Horas, Hino da II Vésperas – Domingo – IV semana do saltério)

Ao celebrarmos a Santíssima Trindade temos a oportunidade de reafirmar nossa fé, que está fundamentada na Sagrada Tradição da Igreja que remonta aos primeiros séculos do Cristianismo.
De fato, o mistério da Trindade Divina é um componente essencial da fé cristã, sumamente herdada do judaísmo com base na doutrina monoteísta, ou seja, na crença do Deus único, esta, contrária à doutrina de fé dos povos pagãos que concebia um clã variado de deuses e divindades, muitas vezes envoltos em relações de disputa e divisão, muito próximas do jeito humano de se relacionar, raramente voltado à unidade e a comunhão fraterna.
Glorificado o Filho, com sua ascensão, nos é revelado e infundido o Espírito Santo, tal como experienciamos na liturgia de Pentecostes; testemunhamos aí, a plenitude da manifestação deste Deus único, “fonte e origem de toda a divindade” (VI Concílio de Toledo em 638 – Catecismo da Igreja Católica, 245), que no seu Filho é também glorificado, junto com o Espírito Santo que nos é emanado pelo Pai e pelo Filho.
A fé católica não nega, pois, a divindade desta Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito Santo, antes, o reconhece sendo Deus, uno, igual ao Pai e ao Filho em substância e natureza (Cf. CatIC-245), em idêntico grau de adoração, tal como rezamos em nossa profissão de fé: “Creio no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai (e do Filho); e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele falou pelos profetas” (Credo Niceno-Constantinopolitano). Aliás, ao confessarmos que o Espírito, outrora, “falou pelos profetas”, reconhecemos inclusive a eterna relação trinitária; antes mesmo do ato da Criação, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, enquanto Deus, já formavam uma perfeita comunidade. E não deve ser estranho para os cristãos que apesar desta perfeita unidade, cada Pessoa divina tenha a sua distinção; cada pessoa se revela distintamente na história da salvação: o Pai, Criador, o Filho, Redentor e o Espírito Santo, Santificador. Na atual conjuntura histórica, nos encontramos, portanto, em relação direta com Terceira Pessoa; é o Espírito que impulsiona a Igreja e nos possibilita aceitar o Filho ou rejeitá-lo.   
A perfeita comunhão trinitária torna-se protótipo para todas as nossas comunidades, que devem viver segundo a exortação de Paulo aos Coríntios: Sejam alegres, trabalhem e estudem, se encham de coragem apostólica e cultivem a concórdia, ou seja, concordem uns com os outros, sejam portadores da paz e assim, somente assim, “o Deus do amor e da paz estará convosco” (2 Cor 13,11).
Todo este mistério não tem outro fim senão para que a criação possa crer no Filho, a única possibilidade de se relacionar com o Pai, e assim salvar-se da condenação que já estava certa; é isto enfim, que o Evangelho que nos convencer: “Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado” (Jo 3,18).
Podemos então, grosso modo, comparar a Santíssima Trindade à construção da parede de uma casa; temos os tijolos e a massa; o Pai e o Filho, mas para que a união seja eficaz e a parede firme, deve haver o cimento; o Espírito Santo é, pois, o cimento que liga a massa ao tijolo, isto é, o Filho ao Pai; a casa acabada será então a Igreja, não o templo, mas as pessoas, objetos da salvação divina.

Oremos: Ó Deus, nosso Pai, enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito santificador, revelastes o vosso inefável mistério. Fazei que, professando a verdadeira fé, reconheçamos a glória da Trindade e adoremos a unidade onipotente. Por Nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho na unidade do Espírito Santo. Amém!

Fraternal abraço a todos e a todas.

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