sábado, 29 de outubro de 2011

REFLEXÃO DA PALAVRA - XXXI DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A - 30/10/2011


PRIMEIRA LEITURA: Malaquias 1,14-2,1-2.8-10
SALMO RESPONSORIAL: 130/131
SEGUNDA LEITURA: 1 Tessalonicenses 2,7-9.13
EVANGELHO: Mateus 23,1-12

O MISSIONÁRIO É AQUELE QUE ENSINA NÃO SOMENTE COM PALAVRAS, MAS SOBRETUDO COM EXEMPLOS DE AUTÊNTICO TESTEMUNHO.

Fechando o mês dedicado à reflexão das missões na Igreja, a Liturgia da Palavra é voltada a exortar os educadores. Esta exortação, no entanto, transcende os limites da Igreja e faz ecoar-se em a sociedade; a Igreja, por sua vez não é uma instituição ilhada, isolada do contexto social; o autêntico missionário, não é o que encerra sua missão no interior da Igreja, mas dá seu testemunho vivo e eficaz nas instituições seculares espalhadas pelo mundo; escolas, hospitais, centros do governo, instituições financeiras e indústrias, são alguns dos espaços, hoje comumente considerados laicos, os quais, o missionário pode e deve atuar, assumindo-o como uma evangélica obrigação, uma vez que é um batizado, membro e fiel da Igreja de Jesus Cristo.
Em primeiro plano, obviamente, encontra-se o gosto para o louvor a Deus; esta relação de amor, declarada a Deus, é fundamento para a vida missionária, uma vez que o serviço missionário é um ato de amor também ao outro, imagem e semelhança do Criador.
Somente no amor encontrado, adquirido por meio de uma relação de proximidade com o Senhor, através da oração, do ensino-aprendizagem do agir e pensar de Deus, da vivência regular em comunidade, isto é, da relação com os irmãos, onde é possível praticar aquilo que se aprendeu daquela relação amorosa, e onde se testemunha a presença viva e verdadeira de Deus, por meios dos sacramentos, é que o missionário se tornará capacitado a ser portador do Evangelho, tal como Paulo o é, expressando muita ternura aos que ainda se encontram na ignorância evangélica, a tal ponto de não somente querer ensiná-los, mas de dar mesmo a vida para que se encontrem também com Deus, mergulhem numa profunda relação de amor, suficiente para transformar suas vidas para sempre; ora, não é esta transformação que o evangelho realizou também em nossa vida? São estes, os maravilhosos efeitos, que a Palavra de Deus realiza em nós, e Paulo, profundamente encantado, acaba por nos testemunha na Segunda Leitura. O missionário do Evangelho, de forma alguma representa peso para o que está recebendo a Palavra-testemunho, nem no âmbito material-financeiro, tampouco na consciência, do contrário estar-se-ia na mira das palavras do profeta Malaquias: “[...] fostes para muitos, na observância da lei, pedra de tropeço” (Ml 2,8), até aqui, Paulo, que para nós tornou-se protótipo de missionário, soube manter postura, não exigindo nada de seus discípulos, a não ser o reconhecimento e o louvor a Deus e ao Evangelho.
Jesus, nada mais faz do que reforçar o pensamento que até aqui refletimos. Para ele o anúncio da Palavra é sagrado, e ainda que aquele que o proclama não dê pleno testemunho da palavra proclamada, está é lançada com autoridade, e deve ser ouvida e praticada; não quer dizer que se deve aqui praticar a ação do missionário, mas a Palavra anunciada, que em nada se confunde: “deveis fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam” (Mt 2,8).
Ser missionário, anunciador do Evangelho, pode ser comparado à gestação de um filho, Paulo assim dá testemunho; no entanto, como um pai e uma mãe, que põem um filho, não para si, como sua única propriedade, mas para Deus, no mundo, a fim de transformá-lo, assim ocorre com quem recebeu o Evangelho, tornou-se também um filho, mas que isso não seja motivo de orgulho para o missionário, do contrário, fatalmente tornar-se-á para ele “pedra de tropeço”, uma vez que o orgulho promove auto-suficiência, e o missionário é apenas um instrumento da evangelização, não é o agente dela; Jesus, o sumo sacerdote, é ele quem faz a obra acontecer; [...] o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve” (Mt 2,11).

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo

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